quinta-feira, setembro 13, 2018

Cerca de dois mil emigrantes da Venezuela colocados no mercado de trabalho na Madeira


Cerca de 2.000 emigrantes da Venezuela foram colocados no mercado de trabalho desde 2016 pelo Instituto de Emprego da Madeira, indicou o presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, sublinhando que o apoio à comunidade vai prosseguir. “Estamos, o povo da Região Autónoma da Madeira, de braços abertos a acolher nas melhores condições e na medida das nossas possibilidades os concidadãos que regressam da Venezuela em situação de precariedade”, assegurou. O governante falava durante a assinatura de um protocolo com a Herdade Vale da Rosa, que permitirá o acesso a 24 vagas de emprego na área da agricultura naquela empresa, localizada em Ferreira do Alentejo. “Não vão dizer que estamos a colocar pessoas na rua [fora] da Madeira”, advertiu Miguel Albuquerque, reforçando que a “obrigação” do governo é criar oportunidades de trabalho para quem quiser trabalhar em qualquer parte do país. O número de emigrantes venezuelanos inscritos no Instituto de Emprego da Madeira atingiu os 2.986 em 2016, mas actualmente cifra-se em cerca de 1.000, sendo que o acordo com a Herdade Vale da Rosa surge como mais uma oportunidade de emprego.

“Tudo temos feito para apoiar em todas as circunstâncias e em todos os vectores os nossos concidadãos que foram obrigados a sair da Venezuela em circunstâncias de precariedade”, realçou o governante, vincando que isso configura um “ato de reconhecimento e de gratidão” pela comunidade luso venezuelana. O administrador da Herdade Vale da Rosa, António Silvestre Ferreira, disse, por seu lado, que os emigrantes vindos daquele país da América Latina são “pessoas extremamente capacitadas” para ajudar a empresa a “tornar-se mais eficiente”.
Silvestre Ferreira contou que também foi emigrante e viveu 22 anos no Brasil, na sequência da ocupação das propriedades da família no Alentejo, por altura da revolução de 25 de Abril de 1974. “Sei perfeitamente o que é [ter de] abandonar um país depois de nos espoliarem dos bens. Portanto, os nossos irmãos vindos da Venezuela são bem-vindos no Vale da Rosa”, afirmou, lembrando que já dá emprego a 30 lusodescendentes. O responsável indicou ainda que a empresa se dedica à produção de “uvas de mesa de grande qualidade”, que exporta para diversos países, e emprega entre 250 e 1.000 pessoas, sobretudo na época das colheitas.

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