terça-feira, agosto 16, 2016

A reter, reler e fazer contas: Marques Mendes e as denúncias feitas sobre os incêndios

"O DRAMA DOS INCÊNDIOS
1. Quatro pontos prévios:
a) Tivemos uma semana catastrófica. No Continente e em especial na Madeira.
b) Notável a acção dos Bombeiros – Estes, sim, bem merecem uma condecoração presidencial.
c) Nos políticos, oscilamos entre o Bom e o Péssimo – Bom o Presidente da República na ida à Madeira; Bom o primeiro-ministro; Desastre – MAI que demorou a perceber que um ministro deste sector não faz férias quando o País está a arder e quando os Bombeiros dão o corpo ao manifesto.
d) Quanto ao discurso é a lengalenga habitual, que já cansa – Falta prevenção, limpeza e ordenamento; basta; agora é que vai ser. Já não há paciência para uma lengalenga que tem mais de 20 anos.
2. E, todavia, há algumas verdades inconvenientes que têm de ser ditas:
a) Primeiro: Tirando o mês de Agosto, em que muito se fala de incêndios, os restantes 11 meses do ano ninguém se preocupa mais com os incêndios. E aqui a culpa é repartida: é dos governos, é das oposições e é da comunicação social.
b) Segundo: Há demasiados lobbies a mandar na questão dos incêndios. O lobby dos meios aéreos; e o lobby da indústria do fogo que ganha dinheiro com os incêndios. É preciso pôr ordem na casa. 
c) Terceiro: O peso político dos ministros. O MAI, responsável pelo combate, tem em regra grande peso político; os ministros da Agricultura e Ambiente, responsáveis pela prevenção, em regra, têm pouca força política. Conclusão: o orçamento dos meios de combate sobe, o orçamento da prevenção marca passo.
d) Finalmente, mais uma verdade politicamente incorrecta: Devíamos ter a coragem de aprender com os bons exemplos. É o caso das celuloses.
• Olhemos para a Portucel. As suas matas estão limpas e fortemente vigiadas. Por isso, não ardem. A empresa não se pode dar ao luxo de perder a sua matéria prima.
• Por que é que não copiamos estes exemplos? Não há nada a inventar.
3. Duas sugestões a concluir:
a) Ao PM – Um Conselho de Ministros extraordinário, presidido pelo PR.
b) Ao PR – Uma abordagem em Conselho de Estado" (Jornal de Negócios)

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