terça-feira, agosto 16, 2016

"Indústria do fogo dá dinheiro a muita gente"

Aldeias evacuadas, estradas e caminhos de ferro cortados, casas destruídas pelas chamas, terra queimada a perder de vista, bombeiros exaustos e feridos, populações em pânico. "Há muito interesse por detrás disto tudo. A indústria do fogo dá dinheiro a muita gente", acusou ontem no Parlamento o secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes. E avisou: "A previsão [meteorológica] para os próximos dias é assustadora." As chamas continuam sem dar tréguas no Norte e Centro. No Minho, o Parque Nacional da Peneda Gerês voltou a ser ontem fustigado pelos fogos que não param desde domingo. A aldeia de Vilarinho das Quartas, no Soajo, teve de ser evacuada. Em Caminha e Vila Verde também houve casas ameaçadas.

Em Arouca, os passadiços voltaram a arder e a casa do presidente do clube da terra foi ameaçada. Valeram jogadores, equipa técnica e adeptos, que se substituíram aos bombeiros, já sem meios nem forças para responder a todos os focos de incêndio. As chamas de Couto de Baixo, em Viseu, chegou a Fornelo do Monte e Vasconha, em Vouzela. O povo, com o incêndio de 2013 do Caramulo (que matou bombeiros) ainda na memória, juntou-se à noite e combateu o fogo. "É um terror. É o inferno três anos depois", lamentou ao CM Maria Sousa. António Pinto pegou em alfaias agrícolas para defender as suas culturas. Em Resende, um carro de bombeiros ardeu. Em Montemor-o-Velho, Ourém, Santa Comba Dão e São Pedro do Sul as chamas não deram descanso (Correio da Manhã)

Sem comentários: