segunda-feira, outubro 06, 2014

O que Cameron promete fazer ( pressionado por Farage)...

Diz o DN de Lisboa que "confrontado com a ascensão do partido eurocético Ukip, PM britânico e os conservadores querem referendo para sair da UE, regras duras para imigrantes e até cortar com o Tribunal Europeu dos Direitos do Homem. Primeiro ganhou- lhe as eleições europeias de maio, depois roubou- lhe dois deputados e um dos maiores financiadores do partido, tirou- lhe a liderança da lista de políticos de direita mais poderosos e agora ameaça conseguir entrar à sua custa na Câmara dos Comuns. Nigel Farage, líder do Ukip, é hoje um verdadeiro pesadelo político para David Cameron. Isso tem forçado o primeiro- ministro britânico e os conservadores a fazer propostas cada vez mais agressivas no sentido de travar a ascensão do eurodeputado eurocético e do seu partido. A ideia de fazer um referendo sobre a saída do Reino Unido da União Europeia, a ameaça de cortar com o Tribunal Europeu dos Direitos do Homem e o endurecimento de regras para os imigrantes são alguns exemplos. “Eu vivo numa Europa dividida entre Norte e Sul pelo euro, com o Norte a ir razoavelmente bem, com o Sul condenado à pobreza. É agora inevitável que os ‘ Estados Unidos da Europa’ não existam, que os países saiam do euro, que os países saiam da União Europeia”, disse Farage no sábado na Suíça. “Toda a minha vida política tenho dito: se acho que não é do interesse dos britânicos estar na UE então não iria defender a nossa permanência. Quero fazer parte de um país forte, orgulhoso e independente”, declarou por sua vez Cameron no final de setembro no programa de Andrew Marr da BBC 1. O primeiro- ministro tinha sido confrontado com a sua disponibilidade para defender o voto a favor da saída do Reino Unido da UE, caso o referendo venha mesmo a acontecer.
Em janeiro de 2013, o líder dos conservadores prometeu realizar esta consulta popular em 2017 se o seu partido vier a ganhar as eleições legislativas de maio de 2015. Mas se àquela data Cameron falava minimamente descansado, o mesmo não se pode dizer agora. Então Farage e o seu Partido para a Independência do Reino Unido dedicavam os seus maiores ataques aos líderes europeus, em pleno Parlamento Europeu. Depois disso, em maio deste ano, ganharam as eleições europeias. Nesse escrutínio o Ukip teve 27,5%, o Labour de Ed Miliband 25,4%, os conservadores de Cameron 23,9% e os liberais- democratas do vice- primeiro- ministro Nick Clegg 6,87%. O cerco de Farage aos conservadores tem sido uma constante nos últimos meses. Douglas Carswell e Mark Reckless, dois deputados eleitos pelos Tories ( nome também dado aos conservadores), decidiram abandonar o partido e integrar as fileiras do Ukip. Na sequência disso serão realizadas eleições intercalares no dia 9 em Essex, circunscrição de Carswell. Se o Ukip vencer aí conseguirá eleger o seu primeiro deputado no Parlamento de Westminster. Esse número subirá para dois se ganhar quando houver também um escrutínio intercalar em Clacton, a circunscrição de Reckless. Uma sondagem Survation para o The Mail on Sunday, divulgada neste fim de semana, dá 40% das intenções de voto ao Ukip, 31% aos conservadores. A juntar a isto, enquanto decorria a conferência anual dos conservadores, em Birmingham, o partido de Cameron perdeu um dos seus grandes financiadores. O empresário Arron Banks escolheu passar- se para o lado do Ukip. Ao mesmo tempo o ranking anual das cem figuras de direita mais poderosas feito anualmente pelo The Times deu o primeiro lugar a Farage, passando Cameron para segundo. No rescaldo, Cameron e os conservadores, que já tinham anunciado regras mais duras para os imigrantes, ameaçaram cortar com o tribunal de Es trasburgo. “É tempo de o país recuperar o poder que está nas mãos dos juízes europeus”, disse o ministro da Justiça Chris Grayling, anunciando a intenção de introduzir uma lei britânica que converterá o Supremo na máxima instância jurídica do Reino Unido. Sem mais ninguém acima dela"