Escreve a jornalista do Público, Cristina Ferreira que "Maria Antónia Saldanha é a nova directora do gabinete de comunicação do Novo Banco, uma contratação assinada dias antes de a equipa de gestão liderada por Vítor Bento ter apresentado a sua demissão ao Banco de Portugal (BdP). Mas três dias depois da renúncia, na quinta-feira passada, em reunião de conselho de administração, a equipa de Bento assinou uma rectificação ao vencimento atribuído à directora. Maria Antónia Saldanha, que era quadro da Sociedade Interbancária de Serviços (SIBS), acompanhou Vítor Bento quando este, a meio de Julho (o convite foi anunciado a 4 de Julho), substituiu Ricardo Salgado à frente do Banco Espírito Santo. E manteve-se ao lado de Bento quando, a 4 de Agosto, o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, o reconduziu como presidente do Novo Banco. Quer Bento, quer Saldanha foram para o BES, mas mantinham-se na SIBS em regime de licença sem vencimento. A contratação de Maria Antónia Saldanha como directora do gabinete de comunicação do Novo Banco foi assinada a 28 de Agosto, cerca de mês e meio depois de Bento assumir as funções de presidente do BES — e sete dias antes de se demitir da presidência da instituição que resultou da cisão do BES em dois (banco tóxico e Novo Banco). O lugar estava “vazio” desde a renúncia do anterior director do departamento de comunicação do banco, Paulo Padrão. As informações foram confirmadas ao PÚBLICO quer por Vítor Bento, quer pela própria Maria Antónia Saldanha. Fonte ligada à anterior gestão justificou ao PÚBLICO a contratação de Maria Antónia Saldanha a 28 de Agosto e não quando assumiu as funções no BES, a 14 de Julho, “o que poderia ter sido feito na altura”. Mas a opção de Bento foi garantir que Saldanha "passaria por um período experimental para provar perante todos que merecia" exercer as funções "de directora do gabinete de comunicação do Novo Banco”. E só depois “de ter sido testada no lugar é que foi nomeada [directora]”. O mesmo responsável notou que, a 22 de Agosto, o BdP tinha confirmado em comunicado público “ter dado uma missão de dois anos à gestão de Vítor Bento”. Sobre a rectificação do vencimento a auferir pela nova directora, já depois de Bento se ter demitido, adiantou que se tratou de uma correcção de um erro e que Maria Antónia Saldanha vai receber um vencimento que “alinha pelo escalão mais baixo dos directores”. A presidência do Novo Banco é desde esta quarta-feira ocupada por Eduardo Stock da Cunha, requisitado ao Lloyds, onde integra a equipa de Horta Osório. Em 1999, Horta Osório e Stock da Cunha estavam no Santander e foram acusados pelo ex-ministro socialista Sousa Franco de se terem concertado com António Champalimaud, na compra do Grupo Mundial Confiança, para “enganar o Estado português”, o que motivou processos judiciais. Eduardo Stock da Cunha tem na sua equipa Jorge Cardoso (administrador da CGD), que será o CFO, Vítor Fernandes (ex-gestor da CGD, do BCP e da Mundial Confiança, e ligado ao fundo de capital de risco de António de Sousa) e José João Guilherme (ex-administrador do BCP). Vítor Fernandes e José João Guilherme estiveram na mesma administração do BCP, liderada por Carlos Santos Ferreira e Armando Vara. Eduardo Stock da Cunha, que assume funções de presidente do Novo Banco (à semelhança de Vítor Bento) por indicação do BdP, convidou para seu chefe de gabinete José Eduardo Bettencourt, ex-presidente do Sporting (2009-2011) e da SAD do Sporting e quadro do Santander Portugal. Bettencourt foi para a SAD do clube de Alvalade pela mão do anterior presidente, Dias da Cunha"
