quarta-feira, março 13, 2013

Trabalhadores da RTP impugnam plano de reestruturação

Li aqui que "a Comissão de Trabalhadores (CT) da RTP vai impugnar o plano de reestruturação da empresa, entregue ontem ao Governo e cujos traços gerais foram anunciados esta quarta-feira pelo ministro da tutela, Miguel Relvas, na Assembleia da República. Em declarações à TVI24, o porta-voz dos trabalhadores, Camilo Azevedo, contou que a Comissão enviou ontem à noite uma reclamação formal ao Conselho de Administração, por não ter tido tempo de emitir um parecer prévio sobre o plano, como seria exigido.«Devíamos ter tido um prazo de dez dias para analisar o Plano de Reestruturação, e não tivemos. O plano foi-nos enviado na sexta-feira às 21 horas, e pediram-nos um parecer até segunda-feira. O bom senso diz que é impossível analisarmos e pronunciarmo-nos num dia sobre um documento que vai nortear o futuro da empresa», referiu Camilo Azevedo, adiantando que a CT não abdica do prazo de dez dias a que tem direito. Até agora, ainda não receberam qualquer resposta. Por isso, e alegando «várias questões formais» e «erros processuais», a Comissão de Trabalhadores vai «impugnar este processo», adiantou ainda. Uma das novidades do documento é um corte de 28% nos custos com pessoal, numa empresa que, segundo o representante, conta atualmente com 2.027 funcionários. «Claro que há uma grande disparidade de salários na empresa, há pessoas com salários muito altos e outras que ganham 800 ou até mesmo 700 euros, pelo que a conta não pode ser feita de forma linear. Mas se fizermos uma regra de três simples», 28% do pessoal são 568 pessoas. Quase as tais 600 pessoas que os jornais tinham vindo a noticiar que poderiam ter de abandonar a estação pública. «Nós já sabemos como é que isto se vai processar. Primeiro vêm com as rescisões amigáveis, depois com o corte de salários e por fim, vem o despedimento coletivo», disse Camilo Azevedo. Para este representante dos trabalhadores, o processo de rescisões amigáveis, que apelida de «cego», tem um problema: «Quem acaba por aderir são os trabalhadores que fazem falta à empresa, os mais competentes, que tem melhores perspetivas lá fora".