Escreve a jornalista do Negócios, Elisabete Miranda que "depois de ter estado vários anos a aumentar acima da inflação, a partir de 2011 o salário mínimo nacional perdeu um significativo poder de compra. A sua estagnação nos 485 euros em 2011 significa que as pessoas que o auferem empobreceram 5,3% neste período. Trata-se, na prática, de uma redução salarial, já que o mesmo rendimento confere menos poder de compra. O acordo assinado entre o anterior Governo e os parceiros sociais previa que a remuneração mínima mensal chegasse aos 500 euros no final de 2011, mas a agudização da crise pôs um fim ao acordado. De modo que em 2011, apenas subiu 10 euros, para os 485 euros, e assim se manteve desde então. O seu congelamento ficou plasmado no memorando assinado com a troika em 2011, mas, como tem vindo a ser demonstrado noutras áreas, nem tudo o que ficou acordado nessa altura tem sido lei. Depois de numa primeira fase ter defendido o congelamento do SMN enquanto medida de competitividade, o Governo flexibilizou o discurso e admitiu abrir negociações com a troika sobre o seu eventual aumento. Contudo, dois meses depois de se ter mostrado empenhado numa flexibilização, o Governo recuou. Ontem, Passos Coelho afirmou-o no Parlamento. Os parceiros sociais também dizem que nestes últimos dois meses não foram informados de quaisquer diligências negociais. Sendo uma medida defendida pelos sindicatos, ela reúne a simpatia dos patrões, desde que haja contrapartidas ao crescimento e se salvaguardem alguns sectores".