sábado, março 09, 2013

Opinião: "Para onde vamos?"

"A troika faz horas extraordinárias. Pelos vistos, de acordo com fontes próximas da maioria, o acréscimo de mais um ano para baixar o défice público para menos de 3% do PIB e o espaçamento do corte da despesa pública por três anos (entre 2013 e 2015) estão longe de estar garantidos. Resta saber ao certo qual é a diferente leitura da conjuntura, do Governo de Portugal e da troika, que conduz a soluções diferenciadas quanto ao caminho orçamental a seguir no último ano de vigência do Programa de Assistência Económica e Financeira (PAEF) e para além dele.
Enquanto se aguarda a clarificação das medidas de corte na despesa, a sua incidência específica em cada sector de atuação do Estado e o seu encadeamento temporal, o líder do PS apresenta a sua moção de estratégia ao próximo Congresso do partido. Nela se espelha a distância entre o rumo do Governo para ajustar os défices gémeos do País (o orçamental e o externo), e as prioridades políticas definidas pelos socialistas para governar a partir do outono de 2015, caso venham a ser chamados de novo ao leme do Governo pelos eleitores.
A chave da alternativa assenta numa viragem importante da política europeia. Mais Europa terá de significar, na prática, um novo Tratado da União, que reforce a eleição direta dos futuros governantes europeus, num quadro mais clara e abertamente federalizado da UE. Contribuir, de forma diferenciada e solidária por todos, para debelar os 26 milhões de desempregados que minam as energias produtivas na Europa, mutualizar os subsídios de desemprego e as políticas ativas de emprego e voltar a fazer do pleno emprego uma bandeira comum, eis a visão de Seguro, que se afigura utópica nos dias que correm. Mas será à volta deste núcleo de propostas que os socialistas europeus se apresentarão aos eleitores nas próximas eleições para o Parlamento Europeu, em meados de 2014 (...) (editorial do DN de Lisboa, hoje, com a devida vénia)