quarta-feira, março 06, 2013

Militantes do PS avançam com candidaturas contra o partido nas autárquicas

Li no Publico que "divisões internas estão na origem de candidaturas independentes da área dos socialistas que vão disputar o mesmo espaço do PS. Matosinhos não é caso único onde o PS impede que o presidente da câmara, a cumprir o seu segundo mandato, seja recandidato. Guilherme Pinto, eleito pelo PS em 2005 e 2009, vai candidatar-se nas eleições autárquicas deste ano, mas desta vez como independente. Não o faz por opção, mas por que o partido escolheu um outro militante do partido: António Parada. Também em Vizela vai haver duas candidaturas da área do PS: Dinis Costa, actual presidente, que se recandidata pelo partido, e o médico Francisco Ferreira, que já liderou a câmara durante dois mandatos e que agora avança como independente. Ao contrário de Guilherme Pinto, que há um mês escreveu uma carta a António José Seguro a desvincular-se do partido no qual militou 37 anos, Francisco Ferreira mantém o vínculo ao PS e diz que a sua candidatura "é irreversível". Assume que vale "mais votos que o PS" e considera que o "actual presidente não tem condições para ser de novo candidato, porque o concelho está tecnicamente falido". Mais a sul, em Alcácer do Sal, os votos socialistas vão ser disputados por duas candidaturas. O ex-secretário-geral da UGT, Torres Couto, é o candidato oficial do partido, mas o actual presidente, Pedro Paredes, eleito pelo PS, já fez saber que se vai recandidatar ao cargo nas eleições autárquicas deste ano "com ou sem o apoio" da concelhia socialista. "Eu vou ser candidato, se vou ser ou não candidato outra vez do PS, que me apoiou nos dois mandatos anteriores, isso depende da concelhia", disse Pedro Paredes recentemente. A cumprir, tal como Guilherme Pinto, o seu segundo mandato, Pedro Paredes - eleito em 2009 como militante do PS - explica que tomou a decisão de ser candidato "porque como sempre acontece em todos os partidos, às vezes as estruturas concelhias têm uma visão um bocadinho mesquinha, de alguma forma pouco de serviço público, nestas coisas da escolha dos candidatos". No concelho do Cartaxo, a situação é também de divisão. Pedro Magalhães Ribeiro, presidente da concelhia do PS, já apresentou formalmente a sua candidatura à câmara local, mas não estará sozinho na corrida. Há quinze dias, quando apresentou formalmente a sua candidatura, Pedro Magalhães Ribeiro fez duras críticas à actuação do partido na autarquia, contestando a gestão que o PS tem feito no município ao qual se candidata e do qual foi vice-presidente. Paulo Varanda, actual presidente e seu camarada de partido, que agora se candidata como independente, foi o alvo de todas as críticas. Pedro Magalhães Ribeiro deixou claro que se candidata à presidência da autarquia porque não se conforma com o "abandono e desmazelo" da sua terra. Depois da polémica com a escolha do candidato socialista, Paulo Varanda sustenta que se candidata como independente, porque "um grupo muito alargado de munícipes, da esquerda à direita, lhe manifestou o apoio de modo a que desse continuidade ao trabalho que tem vindo a desenvolver na câmara". Em Coimbra, há também militantes do PS que apoiam uma candidatura independente, que une pessoas de várias sensibilidades políticas de esquerda. O Movimento Cidadãos por Coimbra, que irá constar nos boletins de voto das próximas eleições autárquicas, "não pretende ser uma candidatura dissidente do PS", até porque, como sublinhava ontem o porta-voz, Pedro Bingre do Amaral, "seria a negação do próprio Movimento, mas porque é chegada a hora de o Partido Socialista se juntar à democracia participativa".