segunda-feira, março 11, 2013

Juncker: «Os demónios de uma guerra europeia estão apenas a dormir»...

Li aqui que "o primeiro-ministro do Luxemburgo e ex-chefe do Eurogrupo, Jean-Claude Junker, acredita que a crise europeia pode resultar numa futura guerra, segundo a revista alemã Der Spiegel. «Quem acredita que a eterna questão da guerra e paz na Europa não pode voltar a ocorrer está completamente errado. Os demónios não desapareceram, estão apenas a dormir, como foi demonstrado pela guerra na Bósnia e no Kosovo», disse, comentando os efeitos da crise sobre a sociedade. «A maneira como alguns da política alemã se têm referido à Grécia, um país severamente atingidos pela crise, deixou feridas profundas na sociedade helénica. Da mesma forma, assustou-me ver manifestantes em Atenas dar as boas-vindas à chanceler alemã, Angela Merkel, envergando uniformes nazis. De repente ressurgem ressentimentos que se pensava terem ficado completamente para trás. Também a campanha eleitoral italiana foi excessivamente anti-alemã e anti-europeia», disse na entrevista à revista. Juncker lembrou novamente a importância de estarem todos juntos: «É a única oportunidade de não ficarmos de fora do mundo. Os chefes de governo da França, Alemanha e Grã-Bretanha estão conscientes de que a sua voz apenas é ouvida internacionalmente porque é transmitido através do megafone da União Europeia», frisou. Olhando para as recentes eleições italianas, o ex-chefe do Eurogrupo considera que o resultado não pode ser interpretado principalmente como um voto contra o euro e as reformas políticas europeias. «Beppe Grillo é principalmente um crítico da classe política do seu país. Silvio Berlusconi prometeu baixar os impostos aos cidadãos. O partido que se posicionou em Itália fortemente contra o euro foi a Liga do Norte, que perdeu muitos votos», disse. Reiterou ainda que não há outro caminho a não ser uma sólida política orçamental, por mais impopular que possa ser. «Não se pode fazer uma má política só pelo medo de não ser reeleito novamente. Quem governa deve assumir a responsabilidade pelo seu país e pela Europa», acrescentou".