Já segundo o jornal Público, "o Governo Regional já fechou acordo para alienar posição na ANAM, que passará para a Vinci. Novo presidente será nomeado em breve. O Governo Regional da Madeira já fechou a venda da participação de 20% que detém na ANAM, a gestora aeroportuária do arquipélago que é detida em 70% pela ANA. O encaixe será de cerca de 100 milhões de euros, com a condição de que seja utilizado exclusivamente para amortizar a dívida da região. As negociações em redor da venda da posição na ANAM começaram no final do ano passado, na sequência da privatização da ANA, mas só recentemente foi possível chegar a um acordo final com o Governo português. O valor a pagar pela participação era uma das questões mais importantes que ainda estavam pendentes. Além disso, a venda dos 20% detidos pelo Governo Regional pressupõe o compromisso de que haverá uma redução das taxas aeroportuárias praticadas na região, as mais elevadas do país, e uma harmonização com os valores cobrados no continente. E todo o encaixe obtido com o negócio terá de ser usado para abater à dívida pública, que ronda os sete mil milhões de euros. Com este acordo, o grupo que saiu vencedor da privatização da ANA (a Vinci) poderá agora tomar as rédeas dos aeroportos na Madeira. O investidor francês vai pagar 3080 milhões pela gestora aeroportuária estatal, tendo assinado já o contrato de promessa compra e venda com o Governo em Fevereiro. Mas para que este passo seja dado na Madeira é necessário avançar com a nomeação do novo conselho de administração da ANAM, que está neste momento sem quórum. A empresa tem apenas dois administradores: Duarte Ferreira, que é também director dos aeroportos da região, e António Ferreira de Lemos, que foi nomeado vice-presidente da ANA em Agosto de 2012 (não sendo remunerado pelo cargo na ANAM). O PÚBLICO sabe que a administração da gestora aeroportuária da região ficará em breve completa, com a entrada do novo presidente, António Morgado. O gestor, vogal do conselho de administração desde que Jorge Ponce Leão foi nomeado para liderar a ANA, era director de planeamento e controlo de gestão do grupo, onde está desde 1990. O processo de escolha do novo presidente da ANAM esteve dependente da conclusão do processo de privatização da ANA. A nomeação de António Morgado permitirá reunir a assembleia de accionistas que aprovará as contas da gestora aeroportuária da Madeira relativas a 2012, bem como a venda aos franceses da Vinci. Além do Governo Regional e da ANA, a ANAM é detida em 10% directamente pelo Estado português. E o conselho de administração que agora ficará completo com a entrada do novo presidente deverá manter-se no cargo quando a Vinci assumir o controlo do grupo, como aconteceu com a equipa liderada por Ponce Leão. Será, no entanto, mais reduzida, já que a anterior contava com cinco elementos. Antevê-se que a privatização da ANA só fique completamente fechada em meados deste ano, visto que ainda será necessário obter luz verde da Autoridade da Concorrência e da Direcção-Geral da Concorrência da União Europeia. Só com o aval dos reguladores é que o Estado transferirá as acções para a Vinci, correspondentes a 95% do capital"