quarta-feira, outubro 05, 2011

Vender o primeiro canal da RTP pode render até 200 milhões de euros

Segundo li no Jornal I, num texto do jornalista Ricardo Paz Barroso, o “valor definitivo está dependente de uma série de variáveis, tais como evolução do mercado, funcionários a integrar e instalações. A venda do primeiro canal da RTP – a principal fonte de receita da empresa que não sai do bolso dos contribuintes –, está neste momento avaliada entre os 100 e os 200 milhões de euros, revelaram os analistas de mercado consultados pelo i. A razão para esta cautela de 100 milhões de euros, por parte de alguns researchers dos bancos de investimento, prende-se com a necessidade de ainda ver definidas uma série de variáveis nesta operação. Dúvidas que só vão ser esclarecidas pelo governo quando apresentar uma proposta, em 2012. O chamado cenário “minimalista” será a RTP vender apenas a “emissão” e a licença de televisão. A estação pública terá assim de absorver os meios humanos e técnicos (estúdios e cenários incluídos), algo que parece pouco provável, segundo os mesmos especialistas. Mesmo que, lembram, esteja em estudo um plano de reestruturação que deverá envolver, segundo a revista “Sábado”, o despedimento de 300 dos 2100 trabalhadores da RTP (rádio e televisão). Este cenário seria o mais apetecível para o mercado. Outro cenário, este mais provável, é privatizar a “antena” da RTP, e respectiva licença, assim como “um número apreciável de funcionários, pois boa parte da produção da estação está alocada ao canal 1”, dizem os analistas contactados pelo i. Ou seja, aliado ao despedimento de funcionários na reestruturação, a RTP irá ‘emagrecer’ com as saídas de trabalhadores por via da privatização do canal 1. Uma das grandes dúvidas, que poderá consubstanciar um terceiro cenário, o do “bolo total”, prende-se com a questão dos estúdios, havendo pelo menos um analista a admitir a hipótese de estes serem alugados ou concessionados ao comprador da RTP1, passando a haver uma partilha do edifício da Avenida Marechal Gomes da Costa, sede da RTP, assim como de algumas sinergias (meios técnicos). Uma coisa é certa: a venda do mais importante canal da RTP vai custar à empresa, em receitas, boa parte dos 50 milhões de euros anuais da publicidade. O canal 1 tem 6 minutos de publicidade legais por hora, que geram a maioria daquelas receitas. Quanto a eventuais interessados na compra, o ministro da tutela, Miguel Relvas, negou na semana passada, em entrevista ao “Diário Económico” (DE), estar a orquestrar a operação de forma a entregar o canal à Ongoing (detentora do DE) e à Cofina (detentora da “Sábado”, “Correio da Manhã” e “Jornal de Negócios”). Os analistas desconfiam de um eventual interesse por parte da Zon ou da PT, através da Meo: “As experiências lá fora mostram que os incumbentes [como a Zon e PT] dão-se mal como donos de um canal com produção própria, é sempre preferível comprar conteúdos”, disse um dos especialistas ao i. A publicidade é ainda uma questão que deixa em polvorosa os restantes operadores. Ao ponto de juntar vozes como as de Pinto Balsemão (SIC) a Miguel Paes do Amaral (TVI). Ao ser privatizada a RTP passa a ter 12 minutos de publicidade, tal como as privadas, entrando na corrida pelos 600 milhões de euros de mercado publicitário televisivo”.

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