quarta-feira, outubro 12, 2011

As respostas que Passos Coelho deveria ter dado

Gostaria de saber - só para perceber o que se passa - se no plano estritamente político-partidário (porque ele existe) a actual direcção nacional do PSD, liderada por Pedro Passos Coelho, e particularmente ele próprio, se sente realizado e em paz com a sua consciência por não ter felicitado uma parte do seu (?) partido por uma vitória eleitoral. Provavelmente deve ter ligado no passado a outros figurões que todos conhecemos e que ou já saíram pela porta dos fundos ou estão a braços com a justiça. Ninguém sabe. O que gostaria de saber de Passos Coelho é se ele apoia politicamente - independentemente do facto de, em termos institucionais e governativos, poder querer (ou ser obrigado) a distanciar-se da governação regional por razões de todos conhecidas - o PSD da Madeira, se desejava uma vitória eleitoral dos social-democratas madeirense, como o afirmou Miguel Relvas, sem complexos de qualquer espécie, ou se preferiu a sua derrota ou a perda da maioria absoluta? Acho, achamos todos no PSD da Madeira, que esta questão tinha que ficar clara – e volto a referir-me às declarações coerentes e concisas do ministro Rui Relvas – tinha que ficar definitivamente esclarecida, para que o PSD da Madeira pudesse saber com o que contaria no dia seguinte e para que pudesse definir a sua estratégia futura em função do apoio ou da hostilidade da direcção política nacional em Lisboa. Finalmente pareceu-me que este esclarecimento seria necessário – dissessem o que disseram os partidos da oposição, sobretudo o PS que realmente teve um comportamento "exemplar” no tratamento discriminatório dado à Madeira por razões partidárias, e enquanto foi poder em Lisboa, e cantasse o "fado" que cantasse o senhor Louça, entretanto derrotado nas urnas pela vontade do povo e banido do parlamento regional - para sabermos se o PSD-Madeira afinal é uma estrutura clandestina no seio do PSD nacional ou se, o que seria a pior de todas as dúvidas, se estamos perante a possibilidade de alguma "vendetta" partidária alimentada por acontecimentos passados particularmente pelo facto do PSD da Madeira não ter apoiado Passos Coelho no último Congresso Nacional, posição que deixou de se colocar - mesmo que alguns tenham dificuldade em perceber isso - depois de terminados os trabalhos do Congresso e eleito um novo líder. No plano estritamente partidário existem questões dúbias que deviam ser devidamente clarificadas em ver do silêncio que me parece esconder alguma moeda de troca com partidos da oposição ou a frustração de cenários bem mais complexos que legitimamente se podem colocar e colocarei no comentário seguinte. (LFM)

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