sexta-feira, outubro 14, 2011

Açores quer combater “desperdício na saúde”

Li no Correio dos Açores que “Miguel Correia confessou ontem perante médicos dos Açores, Madeira, Canárias e Cabo Verde, que a Região “tem de aumentar mais os ganhos em eficiência” no sector da saúde, “a produtividade dos nossos recursos humanos e o combate diário ao desperdício”. “É possível fazer mais? Creio que sim”, admitiu o secretário regional da Saúde que disse “não ter dúvida” que as medidas que defende “concorrerão para a sustentabilidade do serviço de saúde”. O governante açoriano mostrou-se convencido de que essa sustentabilidade “também se consegue reduzindo custos com a reorganização dos serviços, com o fomento de políticas de qualidade eficazes e com o aumento da medicina preventiva nos centros de saúde”. “Com melhor qualidade evita-se o recurso às urgências e a reincidência dos internamentos, que penalizam os serviços”, afirmou Miguel Correia para depois concluir que “esse patamar atinge-se não com mais meios humanos, mas com melhor organização e com indicadores de qualidade eficazes”. “Ao promover a medicina preventiva está-se a reduzir o recurso aos meios diferenciados e, portanto, a diminuir, também por esta via, os custos do sistema”, afirmou. O secretário da Saúde disse, por outro lado, acreditar que o turismo de saúde – um tema a discutir no encontro – “poderá constituir uma forma de exportação de cuidados de saúde, inclusivamente por parte dos serviços públicos”. Este, no entender do governante, “é um desafio que se coloca, também, aos empresários privados que queriam explorar esta área, beneficiando dos incentivos ao investimento disponibilizados pelos governos. Porque, não tenhamos dúvida, poderão constituir-se investimentos de interesse para os empresários e que representam uma fonte de receita adicional para os serviços de saúde”, sublinhou. O secretário da Saúde aproveitou a ocasião para deixar aos médicos algumas estatísticas: O número de médicos no serviço regional de saúde dos Açores aumentou 40% entre 1995 e 2009, ou seja, passou-se de 356 para 495 médicos, pelo que “podemos afirmar que o número de médicos por mil habitantes, nos Açores, é semelhante ao verificado no Canadá, no Reino Unido ou no Japão, apenas para referir três exemplos”, disse. Acrescentou que as consultas médicas nos Centros de Saúde “cresceram 18% entre 1995 e 2009, enquanto as consultas de especialidade cresceram 89% no mesmo período”. “Conseguimos garantir o acesso gratuito à medicina geral e familiar a toda a população dos Açores”, relevou. Para quem dizia há uns anos que existiam 80.000 açorianos sem médico de família, “hoje temos menos de metade nessas condições: 36.200, mas para essas pessoas disponibilizamos consultas programadas nos centros de saúde e garantimos o acesso digno à medicina geral e familiar”. Para os idosos dependentes “alargámos consideravelmente o número de camas de cuidados continuados e geriátricos. Hoje estão protocoladas 239 camas em toda a Região, o que significa que já alcançámos os rácios internacionais nesta matéria”. “É inegável a melhoria de acesso ao Serviço Regional de Saúde e só pode afirmar o contrário quem cristalizou num tempo passado”, concluiu”.

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