domingo, agosto 25, 2024

37% dos portugueses reduziram número de refeições feitas fora de casa

Quase 40% dos portugueses reduziram o consumo de refeições fora de casa, a maioria dos quais (68%) devido ao aumento dos preços e do custo de vida em geral, segundo dados da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) divulgados ao Expresso. O preço é agora o fator que mais pesa na hora de escolher um restaurante, tanto no almoço, como no jantar, quando em 2023 o que mais importava era a “qualidade da comida”.

O estudo “Hábitos de consumo de refeições fora de casa”, realizado pela NielsenIQ, revela também que, nos primeiros quatro meses deste ano, 43% dos portugueses fizeram uma refeição fora de casa pelo menos uma vez por semana, quando em 2023 tinham sido cerca de 60%. O jantar foi a refeição em que os portugueses mais reduziram os seus gastos; já durante a semana, sem contabilizar os dias de sábado e domingo, o pequeno-almoço foi a refeição “mais sacrificada”.

Ainda não há dados em relação ao período de verão, mas as delegações da AHRESP no país (16 no total) “têm reportado um descontentamento generalizado quanto à procura junto da restauração e similares”, explica Ana Jacinto, secretária-geral da associação. “Apesar de o território não ser todo igual, havendo locais com mais atividade turística, onde os negócios tendem a evoluir positivamente, notamos que os empresários da restauração e similares estão muito receosos e apreensivos com a dinâmica da atual procura, que consideram ser muito instável e incerta, mais do que é habitual.”

DESPEDIMENTOS AMEAÇAM SECTOR

O aumento da inflação, depois da pandemia de covid-19, foi muito “penalizador” para as empresas, sublinha Ana Jacinto. “Levou a um aumento brutal dos seus custos operacionais e nem todas tiveram capacidade de repercutir esse aumento exponencial no preço de venda ao consumidor. Nos últimos dois anos e meio, as empresas têm visto as suas margens de negócios serem esmagadas.” Os estabelecimentos mais afetados são os localizados fora dos centros urbanos, que dependem do mercado interno, cujo poder de compra tem vindo a diminuir. As consequências já se fazem sentir. Vários restaurantes ponderam despedir trabalhadores para reduzir custos; outros já fecharam portas ou estão em vias de o fazer (Expresso, texto das jornalistas Joana Pereira Bastos e Helena Bento)

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