segunda-feira, maio 18, 2015

Madeira: "Juntos Pelo Povo" vai concorrer às legislativas

Surpresa eleitoral das regionais da Madeira, vai concorrer em 12 círculos, quer eleger deputados e rejeita ser “queijo limiano”. Élvio Sousa foi o cabeça de lista do JPP às legislativas regionais de março Chamam- lhes os irredutíveis gauleses. Primeiro conquistaram uma freguesia ( de Gaula), depois um concelho ( Santa Cruz) e, por fim, a região da Madeira ( quarta força, com cinco deputados). Agora é tempo de conquistar o país: o Juntos Pelo Povo ( JPP) garantiu ao DN que vai concorrer às legislativas. O dirigente do JPP e cabeça de lista às regionais, Élvio Sousa, explica ao DN que o partido pretende exportar para o continente o modelo que desenvolveu na Madeira: “Uma política centrada nos cidadãos, dando valor à ligação humana.” Élvio Sousa admite ainda que é “prematuro” concorrer em todos os círculos eleitorais do país, mas o JPP está a planear candidatar- se nos círculos necessários para obter a “subvenção estatal”: “Em 50% mais um, ou seja, em 12 círculos.”
Mas que hipóteses reais tem o JPP de eleger deputados? A Madeira tem um círculo único e nas eleições regionais o partido conseguiu obter 13 114 votos. Para conseguir um dos seis deputados que o círculo elege para a Assembleia da República, o JPP necessitaria de obter 15 a 16 mil votos. Não é impossível.
O especialista em sondagens Rui Oliveira e Costa explicou ao DN que na Madeira os resultados são previsíveis e pouco voláteis. “A direita deve conseguir quatro deputados (três para o PSD e um para o CDS) e o PS dois”, explica. A entrada em cena do JPP, explica Oliveira e Costa, “podia ameaçar o segundo deputado do PS”. Para o especialista, a melhor forma de o PS garantir os dois mandatos seria “convidar o JPP para ocupar o segundo lugar da lista”.
Élvio Sousa rejeita, no entanto, esse tipo de acordo. “Já antes das regionais diziam que íamos coligar- nos com o [ Miguel] Albuquerque e sempre dissemos que não o faríamos. E não o vamos fazer”, garante. O JPP tem uma forma de estar na política diferente. Após o resultado nas regionais de março deste ano, andaram pela ilha a agradecer aos eleitores a vitória, além disso criaram um horário de atendimento aos eleitores, ao estilo das juntas de freguesia e da câmara que lideram. “Nunca tinha acontecido no Parlamento madeirense, mas nós recebemos e ouvimos as pessoas às segundas e às sextas- feiras”, conta Élvio Sousa.
O JPP recusa o populismo e atende às necessidades reais das pessoas. Uma das carrinhas do partido que se desloca às populações está dotada, aliás, de uma máquina de medir a tensão arterial. Mas a realidade nacional é muito diferente do ambiente quase familiar em que o JPP está enquadrado na ilha da Madeira. É por isso que o JPP, como confessa Élvio, quer “manter os pés bem assentes na terra”. Para já está numa fase de implementação no continente e tem discutido o programa eleitoral “com várias figuras do meio académico”.
O grande desafio passa neste momento por encontrar candidatos a deputados que tenham o perfil pretendido pelo JPP. “Vão ser ilustres desconhecidos, não vão ser estrelas. Têm é de ser competentes e partilharem a nossa visão da política”, explica. O movimento “já não são só os irmãos Sousa [ além de Élvio, Filipe, presidente da Câmara de Santa Cruz, é outro dos rostos do JPP]”. O Porto e Lisboa são círculos grandes e, só para estes, são necessários mais de uma centena de candidatos. Vai ser difícil, mas Élvio explica que “são duas das zonas onde temos pessoas e somos fortes”. Os próximos meses serão preponderantes para o JPP crescer: “Precisamos de tempo, espaço e experiência aqui no continente.” Sobre o programa eleitoral, o JPP não quer adiantar nada mas defende “o fim das imunidades parlamentares e tornar o Parlamento uma instituição aberta”.
Quanto à possibilidade de os partidos do arco da governação necessitarem, por exemplo, de um eventual deputado eleito pelo JPP para ter maioria parlamentar, Élvio Sousa garante: “Não vamos ser queijos limianos.” O madeirense referia- se ao Orçamento do PS viabilizado pelo centrista Daniel Campelo . O JPP vai ter uma convenção no dia 6 de junho, no Funchal, em que a candidatura às legislativas deverá ser, definitivamente, aprovada (fonte: DN de Lisboa)

Sem comentários: