"O governo saiu com menos legitimidade das eleições europeias - é essa a opinião de metade dos inquiridos (50,8%) no barómetro i/Pitagórica de Junho. Juntos, os dois partidos que sustentam o executivo e que se coligaram na Aliança Portugal não conseguiram mais de 27,7% dos votos, o pior resultado de sempre para a direita. Mas esse chumbo nas urnas não basta para aprovar a moção de censura que o PCP anunciou na noite eleitoral (e que foi chumbada pelos partidos da maioria). Para 37,4% dos inquiridos, mesmo debilitado, o governo deve cumprir o mandato. Para os comunistas, os cerca de 900 mil votos com que PSD e CDS fecharam a contagem eleitoral de 25 de Maio tornaram evidente que o governo tinha perdido a rua. A legitimidade política ter- -se-ia evaporado. E mais de metade dos portugueses partilha dessa opinião. Mas a questão da legitimidade divide os inquiridos. É que 43,5% consideram que o executivo mantém a legitimidade com que chegou às europeias.
As eleições ao Parlamento Europeu obrigam a uma leitura nacional dos resultados - foi o próprio primeiro-ministro quem o admitiu. Mas, na opinião da maior parte dos inquiridos (37,4%), a consequência a retirar dos valores alcançados tem limites. Desde logo, a moção de censura do PCP - chumbada no final de Maio, mas cuja aprovação teria ditado a realização de eleições antecipadas - não poderia ir avante. Esses quase 40% de inquiridos chumbariam o documento se fossem chamados a essa responsabilidade na qualidade de deputados.
Caso para dizer que o Presidente da República tem do seu lado a maioria dos portugueses. Ele que, no final da semana passada, veio finalmente a público pedir "serenidade" e "bom senso" aos agentes políticos. Precisamente numa altura em que alguns partidos apelavam à intervenção de Cavaco Silva, na sequência das eleições europeias. A cerca de cinco pontos de distância (32,2%), um terço dos participantes assenta armas do outro lado da barricada. Se dependesse deles, a moção de censura teria sido aprovada - insuficientes, ainda assim, para aprovar o documento. A derrota da direita foi histórica. Mas a vitória do PS foi de apenas quatro pontos e esse resultado deu o pretexto a António Costa para avançar na disputa pela liderança do PS. Questionados sobre as razões que possam justificar a magra vantagem dos socialistas sobre os partidos da direita, 23,4% consideram que essa votação ficou a dever-se à abstenção. De perto seguem as culpas de Seguro - 20,6% apontam o secretário-geral do PS como a principal razão de o partido não ter conseguido descolar da actual maioria, apesar de todos os sacrifícios exigidos aos portugueses. Mas também não fica muito distante o universo de inquiridos que vêem na anterior governação socialista o motivo da fraca prestação que trouxe a divisão ao PS. A abstenção atingiu, de facto, níveis recorde, mesmo em eleições europeias - mais de 66%. Tempo de avançar com o voto obrigatório? Não. Independentemente das consequências sugeridas, os inquiridos mostram-se, uma e outra vez, adversos à ideia de que o voto deva ser imposto em Portugal" (Jornal I)
As eleições ao Parlamento Europeu obrigam a uma leitura nacional dos resultados - foi o próprio primeiro-ministro quem o admitiu. Mas, na opinião da maior parte dos inquiridos (37,4%), a consequência a retirar dos valores alcançados tem limites. Desde logo, a moção de censura do PCP - chumbada no final de Maio, mas cuja aprovação teria ditado a realização de eleições antecipadas - não poderia ir avante. Esses quase 40% de inquiridos chumbariam o documento se fossem chamados a essa responsabilidade na qualidade de deputados.
Caso para dizer que o Presidente da República tem do seu lado a maioria dos portugueses. Ele que, no final da semana passada, veio finalmente a público pedir "serenidade" e "bom senso" aos agentes políticos. Precisamente numa altura em que alguns partidos apelavam à intervenção de Cavaco Silva, na sequência das eleições europeias. A cerca de cinco pontos de distância (32,2%), um terço dos participantes assenta armas do outro lado da barricada. Se dependesse deles, a moção de censura teria sido aprovada - insuficientes, ainda assim, para aprovar o documento. A derrota da direita foi histórica. Mas a vitória do PS foi de apenas quatro pontos e esse resultado deu o pretexto a António Costa para avançar na disputa pela liderança do PS. Questionados sobre as razões que possam justificar a magra vantagem dos socialistas sobre os partidos da direita, 23,4% consideram que essa votação ficou a dever-se à abstenção. De perto seguem as culpas de Seguro - 20,6% apontam o secretário-geral do PS como a principal razão de o partido não ter conseguido descolar da actual maioria, apesar de todos os sacrifícios exigidos aos portugueses. Mas também não fica muito distante o universo de inquiridos que vêem na anterior governação socialista o motivo da fraca prestação que trouxe a divisão ao PS. A abstenção atingiu, de facto, níveis recorde, mesmo em eleições europeias - mais de 66%. Tempo de avançar com o voto obrigatório? Não. Independentemente das consequências sugeridas, os inquiridos mostram-se, uma e outra vez, adversos à ideia de que o voto deva ser imposto em Portugal" (Jornal I)
