Escreve o
Jornal I: “É um recuo brutal nas pretensões eleitorais dos socialistas: quase
nove pontos em cerca de dois meses. O PS está em queda livre desde Março, mês
do último barómetro. A perda de votos que o barómetro i/Pitagórica deste mês
regista coloca os socialistas na casa dos 30% das intenções de voto, dois
pontos e meio à frente do PSD. Tal como nas europeias, o PCP volta a ser a
grande surpresa - consegue 14,4% das preferências. O
PS de Seguro estava no melhor dos seus mundos na última vez que se mediu o
pulso ao eleitorado. Há cerca de dois meses e meio, os socialistas atingiam o
cume da montanha que vinham escalando há longos meses, ao alcançarem os 39% das
intenções de voto. A vitória seria folgada, caso as eleições se tivessem
realizado nesse preciso momento, porque o partido estava já três décimas acima
do resultado conseguido pelo PSD nas últimas legislativas.
Muito
mudou em pouco tempo
O resultado pouco expressivo das europeias e, logo a
seguir, o desafio de António Costa a Seguro - com a convulsão interna em que o
partido mergulhou de imediato - atiraram o PS para os 30,6% das intenções,
quase um ponto abaixo do resultado das europeias de 25 de Maio. E
o PSD capitaliza parte da instabilidade que marca a agenda dos socialistas por
estes dias: 2,6 pontos separam agora os dois partidos. A única vez que
estiveram tão próximos foi em Abril de 2013. Na altura, surgiram separados por
uma distância de 1,7%. O
PCP volta a alinhar-se como a possível surpresa eleitoral. Do último barómetro
para agora os comunistas conquistam mais de quatro pontos, surgindo, desta vez,
com o melhor resultado de sempre: 14,4% das intenções de voto. A
concretizar-se, o valor só seria superado pelos tempos da Aliança Povo Unido,
na década de 1980. Quanto
ao parceiro de coligação do PSD, o cenário é o oposto. Cada vez mais, o CDS
colhe as consequências de ser o elemento menor do governo. Os centristas têm
vindo a ver mirrar quase ininterruptamente a sua expressão eleitoral e, em
Junho, caem para novo mínimo histórico: 6,3% das intenções de voto, mais de
cinco pontos abaixo do resultado de 2011.
Um
pouco acima do BE, mesmo assim. Mesmo com a perda substancial de votos nas
europeias, quando comparado com as eleições ao Parlamento Europeu de 2009
(quando fecharam a noite com três eurodeputados), Catarina Martins e João
Semedo seguraram a coordenação do partido. Mas a perspectiva das eleições
legislativas não é mais animadora para os bloquistas - em Junho, recolhem 4,8%
dos votos, também o resultado mais fraco que o partido alcançou em todo o
período de análise do barómetro (e quatro décimas abaixo das últimas
legislativas)”