sábado, junho 07, 2014

Jornal I: PS afunda-se nas sondagens



Escreve o Jornal I: “É um recuo brutal nas pretensões eleitorais dos socialistas: quase nove pontos em cerca de dois meses. O PS está em queda livre desde Março, mês do último barómetro. A perda de votos que o barómetro i/Pitagórica deste mês regista coloca os socialistas na casa dos 30% das intenções de voto, dois pontos e meio à frente do PSD. Tal como nas europeias, o PCP volta a ser a grande surpresa - consegue 14,4% das preferências. O PS de Seguro estava no melhor dos seus mundos na última vez que se mediu o pulso ao eleitorado. Há cerca de dois meses e meio, os socialistas atingiam o cume da montanha que vinham escalando há longos meses, ao alcançarem os 39% das intenções de voto. A vitória seria folgada, caso as eleições se tivessem realizado nesse preciso momento, porque o partido estava já três décimas acima do resultado conseguido pelo PSD nas últimas legislativas. 

Muito mudou em pouco tempo
O resultado pouco expressivo das europeias e, logo a seguir, o desafio de António Costa a Seguro - com a convulsão interna em que o partido mergulhou de imediato - atiraram o PS para os 30,6% das intenções, quase um ponto abaixo do resultado das europeias de 25 de Maio. E o PSD capitaliza parte da instabilidade que marca a agenda dos socialistas por estes dias: 2,6 pontos separam agora os dois partidos. A única vez que estiveram tão próximos foi em Abril de 2013. Na altura, surgiram separados por uma distância de 1,7%. O PCP volta a alinhar-se como a possível surpresa eleitoral. Do último barómetro para agora os comunistas conquistam mais de quatro pontos, surgindo, desta vez, com o melhor resultado de sempre: 14,4% das intenções de voto. A concretizar-se, o valor só seria superado pelos tempos da Aliança Povo Unido, na década de 1980. Quanto ao parceiro de coligação do PSD, o cenário é o oposto. Cada vez mais, o CDS colhe as consequências de ser o elemento menor do governo. Os centristas têm vindo a ver mirrar quase ininterruptamente a sua expressão eleitoral e, em Junho, caem para novo mínimo histórico: 6,3% das intenções de voto, mais de cinco pontos abaixo do resultado de 2011.

Um pouco acima do BE, mesmo assim. Mesmo com a perda substancial de votos nas europeias, quando comparado com as eleições ao Parlamento Europeu de 2009 (quando fecharam a noite com três eurodeputados), Catarina Martins e João Semedo seguraram a coordenação do partido. Mas a perspectiva das eleições legislativas não é mais animadora para os bloquistas - em Junho, recolhem 4,8% dos votos, também o resultado mais fraco que o partido alcançou em todo o período de análise do barómetro (e quatro décimas abaixo das últimas legislativas)”