Os países europeus com maiores pergaminhos no futebol
- Itália, Inglaterra (eliminada), Espanha (eliminada) - mostraram neste
Mundial-2014 que não têm hoje jogadores de categoria mundial, daqueles que
mostrem em campo que são capazes de fazer a diferença. O problema é que esta
realidade futebolística desses países, que entretanto adormecem à sombra de
sucessos anteriores, é disfarçada com a importação pelos principais clubes das
respectivas Ligas nacionais, dos melhores futebolistas do mundo que dão do
futebol desses países uma pujança e uma classe que na realidade, quando atuam
ao nível das seleções, não têm. Neste contexto, temos em Portugal também uma
situação concreta que decorre do facto - o problema vai colocar-se quando nos
confrontarmos com a inevitável e urgente
renovação na seleção nacional que o Mundial-2014 confirmou ser incontornável -
dos nossos principais clubes apresentarem, se não na totalidade dos jogos da
nossa Liga pelo menos na sua esmagadora maioria, uma equipa-base sem um jogador nacional que seja.
Este desfasamento é compensado com os jogadores, de indiscutível valor europeu
e mundial, que "exportamos" para muitos clubes estrangeiros. Mas a
este nível as coisas começam a ficar complicadas, porque os anos não perdoam.
Daí a importância da formação e das academias. Custam dinheiro, é certo, exigem
infraestruturas, mas o futuro do nosso futebol passa por aí. E não pela
palermice absurda de termos equipas de juvenis ou juniores inundadas de
jogadores estrangeiros (!). Porque os clubes querem abastecer rapidamente as
suas equipas principais e estão pouco inclinados a perder tempo com a formação
que nem sempre propicia resultados imediatos.