Segundo o Jornal I,”se Portugal não pagasse as suas
dívidas às entidades internacionais - o que poderia significar a sua saída da
zona euro - seria "mau" ou "muito mau". Segundo a sondagem
i/Pitagórica, esta é a posição de quase 72% dos portugueses. No total só 6,3%
dos inquiridos considera que essa seria uma medida "boa" ou
"muito boa". A percentagem dos que "não sabem" ou "não
respondem" foi superior: 6,5%. Na prática isso significa que, em cada dez
inquiridos, sete consideram que fugir às dívidas seria uma medida incorrecta
que, a ser tomada, poderia acarretar consequências negativas para o País. Os
homens, entre os 18 e os 34 anos, das classes sociais média baixa e baixa são
os que, de acordo com a sondagem i/Pitagórica, se mostram mais contrários a
esta solução. Entre os portugueses sondados, 40,3% diz considerar que a fuga às
dívidas contraídas junto de entidades internacionais seria uma má medida e
31,5% vai ainda mais longe - garante que seria uma medida "muito má".
A percentagem dos que defendem que Portugal não deveria pagar as suas dívidas,
independentemente de estar em causa a permanência no Euro, é muito inferior.
Dois por cento acha que isso seria uma medida "muito boa" e 4,3%
considera que seria "boa". O Bloco de Esquerda reclama a renegociação
dos prazos, juros e montantes da dívida e o corte na totalidade do pagamento de
juros do empréstimo da 'troika'. O PCP também já fez saber que defende "o
fim da ingerência externa" e "a renegociação da dívida". Já o
secretário-geral do PS, António José Seguro, propõe uma mutualização de parte
da dívida de Portugal e de outros Estados-membros (desde que superior a 60%).
Ou seja, a Europa encarregava-se de "gerir" essas dívidas. Seguro
considera que - devido à redução das taxas de juro - a consequência seria um menor
pagamento pela dívida nacional e uma descida do défice”.