Diz
o Jornal I que “PS, PCP e BE descem em linha, perdendo mais de três pontos no
barómetro. Os partidos da direita surgem em sentido exactamente oposto. Em poucas
palavras, a oposição desce e o governo sobe. Os partidos da esquerda
parlamentar perdem, em Março, 3,2% dos votos. Em sentido contrário, os partidos
da direita - a actual maioria no governo - não só absorvem essa perda conjunta
de PS, PCP e BE como conseguem mais três décimas. De acordo com os dados do
mais recente barómetro i/Pitagórica, PSD e CDS receberiam mais 3,5% de votos
dos inquiridos que em Janeiro, se as eleições fossem hoje. A esquerda consegue
52,6% contra os 37,1% da direita. O PS interrompe uma subida quase ininterrupta
de seis avaliações - excepção para Dezembro do ano passado, em que repetiu o
resultado anterior, de Outubro - e cai para os 37,2% das intenções de voto. O
principal partido da oposição sairia vencedor sem concorrente directo, se os
portugueses fossem chamados neste momento a escolher o próximo governo. Mas a
vitória dos socialistas seria, ainda assim, menos expressiva que a registada no
início do ano. Em Janeiro, o partido tinha conseguido o seu melhor resultado de
sempre. E esse momento negativo alastra-se, de resto, à restante oposição. O
PCP acentua a sangria de votos que iniciou em Julho de 2013, com uma pequena
interrupção em Outubro. De resto, tem sido sempre a descer, com o barómetro de
Março a atribuir aos comunistas não mais que 10,5% das intenções de voto. O PCP
continua, ainda assim, numa perspectiva favorável, quando comparado com as
eleições de 2011. Na altura, o partido recebeu 7,9% dos votos. A maior perda
vai mesmo para o BE, que desce agora 1,7% nas intenções. Este mês, o partido de
Catarina Martins e João Semedo ficou pelos 4,9%, uma queda a pique, que começou
em Maio e que coloca os bloquistas quer abaixo da votação das últimas
legislativas, quer abaixo do seu pior resultado no barómetro.
MAIORIA
E GOVERNO REFORÇADOS
Os
partidos do governo parecem conseguir afastar a pressão da austeridade. Em
Janeiro os centristas e em Fevereiro os sociais-democratas, ambos os partidos
reuniram as hostes em ano de eleições europeias para revalidar as suas
lideranças, e apresentam-se agora com um reforço das intenções de voto pelos
portugueses. O PSD consegue uma subida que só encontra igual na registada em
Dezembro de 2012. Em Março, os sociais-democratas sobem 2,6% no barómetro, para
os 28,4% das intenções de voto dos inquiridos - o PSD fica, assim, a menos de
nove pontos do PS e bastante próximo dos melhores resultados conseguidos pelo
partido, ainda o ajustamento estava a dar os primeiros passos e os cortes em
salários e pensões não se faziam sentir como agora. Ainda que mais discreto,
nem por isso o CDS deixa de acompanhar o parceiro de coligação. Com uma subida
de 0,9% face ao último barómetro, os centristas fixam-se agora nos 8,7% das
intenções de voto dos eleitores. Contudo, quer o PSD, quer o CDS estão, em
Março, a uma distância significativa dos resultados com que chegaram ao poder
em 2011. Juntos perderam já 13,3% dos votos. E, tal como os partidos que o
suportam, o governo demonstra em Março uma subida na aprovação dos portugueses.
O executivo de Passos obtém 7,4 valores no índice de popularidade - o segundo
melhor resultado, apenas atrás do nível alcançado em Dezembro do ano passado,
quando chegou aos oito pontos. Agora, como nessa altura, a avaliação dos
portugueses ao trabalho do executivo não deixa de ser negativa”