Diz o Jornal I que "quando o tema é a "eficiência" dos tribunais em Portugal, há um fosso que separa a opinião dos portugueses da opinião dos próprios magistrados - concretamente, a do presidente do Supremo Tribunal de Justiça (STJ). Neste barómetro, 53,2% dos inquiridos discordam das palavras de Henriques Gaspar, quando disse que o sector da Justiça, ao contrário do resto do país, não está em crise. Na abertura do ano judicial, no final de Janeiro, o presidente do STJ sublinhava que os tribunais "responderam, em geral, com eficiência às solicitações dos cidadãos e das empresas". Henriques Gaspar recorria aos dados disponíveis para o intervalo entre 2008 e 2012 para sustentar a ideia de que a "crise da justiça" está "afastada dos espaços da razão". Afastada do quadro apresentado pelo presidente do Supremo está, contudo, a grande maioria dos portugueses. Entre os 53,2% de inquiridos que não se revêem nas palavras de Henriques Gaspar, 16,2% "discordam totalmente" da posição do magistrado e outros 37%, mais moderados, "discordam" do discurso da "eficiência" propalado na cerimónia de Janeiro. Em linha com a posição de Gaspar manifestam-se, por outro lado, 11,6% dos participantes no barómetro. Desses, apenas uma pequena fatia (0,5%) se identifica "totalmente" com a análise positiva do desempenho da Justiça em Portugal, nos cinco anos analisados pelo presidente do Supremo. Outros 11,1% completam o grupo"
