Em
2013 estima-se que tenham saído do país entre 100 e 120 mil portugueses. Saíram
em busca de sobrevivência ou melhores condições de vida, porque sabem que não
as têm em Portugal. A Notícias Magazine foi assistir a um ritual cada vez mais
frequente, as festas de despedida e os últimos dias de quem parte. Onde a
alegria da amizade se confunde com a angústia da separação. Os derradeiros
prazeres. Os abraços finais. Os últimos brindes. Antes do adeus a Portugal. A
mesa está posta e há comida com fartura, ou não fosse esta uma casa portuguesa,
com certeza. Queijo, pão, pastéis de bacalhau, camarões, rissóis, batatas
fritas, presunto, trouxas de ovos, palhas de Abrantes, tigeladas. Aurora Alves
anda numa roda-viva para que tudo esteja bem, para que nada falte, para que a
festa seja memorável. Ninguém diria que, se a escolha fosse sua, jamais a festa
teria chegado a acontecer. É a festa de despedida da filha Sofia, que vai
emigrar para Maputo (Moçambique). São 19h00 e todos os convivas já chegaram a
casa dos pais de Sofia, em Cabeça das Mós, no Sardoal. O ambiente é animado mas
existe uma névoa qualquer, ainda que muito ténue. E existe. Todos os que ali
estão são amigos ou família e o momento, apesar de ser de partilha e de
convívio, é também um momento de pré-separação. Uma antecâmara do adeus (leiaaqui esta excelente reportagem dos jornalistas Sónia Morais Santos e Orlando Almeida)