sexta-feira, fevereiro 28, 2014

Concelhias do PSD-Porto zangadas com a fraca representatividade nos órgãos nacionais

Li no Publico, num texto da jonalista MARGARIDA GOMES que "as estruturas queixam-se de ter eleito apenas cinco pessoas nos 90 lugares dos órgãos nacionais do PSD, quando a distrital do Porto é a maior do país. O PSD/Porto convocou para esta sexta-feira uma reunião da comissão política alargada para fazer uma avaliação do congresso do último fim-de-semana, mas Virgílio Macedo, líder da distrital, vai enfrentar o descontentamento de algumas concelhias que se queixam da fraca representatividade que o distrito teve nas listas oficiais para os órgãos nacionais do partido. Vários dirigentes ouvidos pelo PÚBLICO referem que o Porto apenas elegeu cinco pessoas nos 90 lugares nos órgãos nacionais do PSD, sendo que duas delas, Marco António Costa e Trindade Vale, já faziam parte da direcção. Marco António Costa manteve-se na lista para a Comissão Política Nacional, e Trindade Vale (Valongo) deixou a CPN, por decisão de Pedro Passos Coelho, e integrou a lista para o Conselho Nacional (CN). Os outros três lugares do Porto são ocupados por Aires Pereira (presidente da Câmara da Póvoa de Varzim) na CPN, e Cancela Moura (Gaia) e Silva Tiago (Maia), ambos para o Conselho Nacional. Firmino Pereira, líder da concelhia do PSD de Gaia e vice-presidente da distrital do Porto, lamenta o resultado que “ficou aquém da importância que a distrital alcançou” e diz que a “distrital tem de ter uma postura diferente e funcionar para além do núcleo duro onde tudo se decide e do qual fazem apenas parte Virgílio Macedo, Marco António e Miguel Santos”. Ao PÚBLICO, Firmino Pereira fala de um “défice de participação dos dirigentes nas opções da distrital”.
“O clima no Porto está de cortar à faca. Sente-se um grande mal-estar”, disse ao PÚBLICO um outro dirigente, criticando a “falta de capacidade” do líder distrital para impor mais lugares para o Porto. A título de exemplo, aponta a não eleição do presidente da concelhia do Porto para o CN. Miguel Seabra ocupou a 23 posição na lista de Passos e não conseguiu ser eleito. O facto de Passos Coelho ter imposto o nome de Miguel Relvas para liderar a lista ao CN pode explicar a não eleição de Miguel Seabra e também o excelente resultado obtido pelas listas da JSD, liderada Pedro Pimpão, e Humberto Sérgio, presidente da Câmara da Trofa. O primeiro obteve 141 votos (14 mandatos) em 70 lugares deste órgão, enquanto o segundo conquistou 94 sufrágios (nove). Virgílio Macedo refuta as acusações de que o Porto teve uma menor representatividade do que no congresso de 2012 e defende-se sublinhando que o “Porto tem apenas direito a cinco lugares nas listas do partido”. “Como existem 18 concelhias, logo há 13 que ficam descontentes”, assinala. Quanto às críticas que lhe são feitas por não ter conseguido impor Bragança Fernandes, presidente da Câmara da Maia, para a Mesa do Congresso, Macedo contrapõe dizendo que o Porto nunca esteve representado, embora, disse, tivesse tentado. E dispara sobre o líder concelhio, acusando-o de “recusar indicar um nome para o Conselho de Jurisdição Nacional”.