quarta-feira, janeiro 29, 2014

Papa 'cool' na revista "Rolling Stone"

Li no Expresso que "nunca tinha acontecido na história da revista americana de música e política. A capa da edição de Fevereiro da "Rolling Stone" é dedicada a Francisco. Um longo artigo sobre o Papa Francisco e uma reportagem feita, em Roma, junto de vários especialistas nos assuntos do Vaticano fazem um inédito tema de capa da famosa revista "Rolling Stone". Com uma fotografia de um Papa sorridente e a frase "the times they are a-changin", a revista desenvolve a ideia de que Francisco é já uma celebridade a promover uma autêntica renovação da Igreja. E não deixam de fazer jus à sua tradição de 'bíblia' da música moderna, colando à imagem do Papa o título de uma das letras mais famosas do cantor Bob Dylan que, aliás, deu várias vezes o rosto à revista...
Será que o Papa na capa da "Rolling Stone" consegue vender mais que Dylan, o cantor revolucionário antiguerra do Vietname? No final do mês de fevereiro, logo se verá. Mas que Mark Binelli, o jornalista destacado pela revista para fazer a reportagem, ficou fascinado com a figura de Francisco, não restam dúvidas: basta  ler os primeiros parágrafos. O Papa, diz o jornalista, triplicou o número de participantes que, todas as sextas-feiras, chegam de todo o Mundo à Praça de São Pedro, em Roma, para a audiência semanal. Ao contrário de Ratzinger, cujo papado "foi desastroso" para o jornalista da "Rolling Stone", Francisco é uma celebridade que, segundo Binelli, "parece mais forte do que na televisão". Uma star que, além disso, é também "supreendentemente, uma figura com estilo, no seu sobretudo, sotaina e cachecol brancos, impecavelmente talhados". A primeira impressão do Papa caiu bem na opinião do jornalista, que ouviu padres e especialistas nos assuntos do Vaticano que lhe reforçaram a convicção de que o novo inquilino de São Pedro está a fazer muito e num sentido "verdadeiramente revolucionário". Como? Pela simplificação dos gestos e pela mudança de atitude, que tornam a sua simplicidade um ato radical. Ou, como prefere escrever, "um escândalo de normalidade". O Papa pode ainda não ter mudado uma vírgula na doutrina católica, mas para Binelli o simples facto de ter dito publicamente "quem sou eu para julgar?'" quando o questionavam sobre o casamento dos homossexuais é já um sinal de esperança. Além do mais, em tudo o que à Igreja católica diz respeito, uma mudança de atitude é um sinal importante. "Somos uma Igreja de simbolos", explica um dos sacerdotes ouvidos pela "Rolling Stones" "por isso, Francisco está a mudar a Igreja de uma forma concreta, através das suas palavras e dos seus gestos simbólicos", conclui. As referências à pobreza, o seu libelo anti-capitalista, o convite a uma Igreja mais próxima de "todas as periferias" são marcas deste Papa. Talvez mais do que suficientes para mostrar que os tempos - para os católicos - estão mesmo a começar a mudar"