Acabo de ler no Publico,
num texto do jornalista Jos´´e Manuekl Rochamk, que “um estudo do Ministério
das Finanças alemão mostra que os custos com a dívida do país recuaram muito
face ao que estava projectado. A Alemanha lucrou, até agora, cerca de 41 mil
milhões de euros com a crise europeia, revelou ontem a revista Der Spiegel,
citando dados de um relatório do próprio Ministério das Finanças, liderado por
Wolfgang Schauble. Em contrapartida, os prejuízos resultante da crises das
dívidas soberanas ascende a uns meros 600 milhões de euros. Os lucros
assegurados pela maior potência europeia têm, essencialmente, a ver com o
reduzido nível de juros que paga pela sua dívida soberana. Num quadro de
incerteza em relação a vários países europeus (Itália, França, Espanha,
Irlanda, Grécia e Portugal), os investidores começaram a procurar um porto mais
seguro nos títulos de dívida germânica. Na base do aumento da procura pelas
bund alemãs, os juros pedidos pelos investidores caíram para níveis
historicamente baixos e, em algumas emissões, chegaram mesmo a ser negativos. Segundo
a revista Der Spiegel, o lucro de 41 mil milhões de euros foi apurado pelos
próprios serviços do Ministério das Finanças alemão e resulta da diferença
entre aquilo que estava projectado pagar pelo financiamento no mercado de
dívida e o que, de facto, o país está pagar As contas, que abarcam o período
entre 2010 e 2014, foram feitas em resposta a um requerimento de um deputado
social-democrata, Joachim Poss. E mostram que o custo médio do financiamento do
Estado caiu um ponto percentual em três anos, suportado pelo facto de o país se
ter tornado no refúgio de muitos investidores. Com a economia a crescer e a
gerar mais impostos, diminuíram também, de forma substancial, as necessidade de
Berlim ir ao mercado levantar dinheiro, fazendo com que, entre 2010 e 2012, o
valor total das emissões de dívida ficasse 73 mil milhões de euros abaixo do
que estava projecto pelo Governo germânico. Num quadro favorável como nunca
tivera antes, Schauble aproveitou, igualmente, para trocar dívida de curto prazo
por financiamentos a mais longo prazo, com taxas de juro menos onerosas. O
estudo do Ministério das Finanças alemão mostra que no início da crise, no
conjunto da dívida alemã, os títulos com maturidades com menos de três anos
representavam 71%. Passados três anos, essa percentagem tinha caído para pouco
mais de 50%. Ainda de acordo com o estudo, segundo a Der Spiegel, os custos
assumidos pela Alemanha com a crise financeira europeia ficam-se pelo 600
milhões de euros. As taxas de juro das obrigações alemãs a 10 anos estavam
ontem perto de 1,9%, muito abaixo dos níveis pedidos a Portugal (6,4%), à
Grécia (9,7%) e a Espanha (4,4%), reflectindo o nível de risco que cada um dos
países apresenta. No segundo trimestre deste ano, segundo o Eurostat, a
economia alemã cresceu 0,7% face ao trimestre anterior (de estagnação) e 0,5
face ao mesmo período de 2012. O conjunto da zona euro registou também um
crescimento positivo em cadeia (0,3%), embora tivesse caído face ao período
homólogo. Em Portugal, o produto interno bruto (PIB) cresceu 1,1% no segundo
trimestre face aos primeiros três meses de 2013, mantendo-se em terreno
negativo (-2%) na comparação com o mesmo período de 2012”.