Escreve o Jornal I pela jornalista Ana Suspiro, que “não pagar esses empréstimos (à banca internacional) era o mesmo que dizer que não íamos cumprir o Memorando”. O Estado já assegurou a redução dos pagamentos às concessionárias de estradas em mais de 250 milhões de euros a partir do próximo ano, com as renegociações de contrato. A garantia foi dada pelo primeiro-ministro na entrevista à RTP. Pedro Passos Coelho não explica, contudo, a origem destas poupanças. É que os quatro contratos que já foram revistos com impacto positivo na despesa do Estado só terão impacto a partir de 2014, ano em que as subconcessões lançadas pelo governo de José Sócrates devem começar a ser pagas pela Estradas de Portugal (EP). O i procurou esclarecer junto da EP e do Ministério da Economia a origem dos números avançados pelo primeiro-ministro, mas não foi possível, até ao final da edição, obter um comentário. Os 250 milhões de euros referidos por Passos Coelho podem ser efectivamente um objectivo de poupança, mas que ainda não terá sido alcançado. Há ainda que distinguir entre os pagamentos brutos e o VAL (valor acrescentado líquido) que mede o esforço financeiro do Estado, a preços actuais, com as concessões rodoviárias. Depois de concluir a revisão das últimas duas subconcessões, está estimada uma poupança em VAL de mil milhões de euros, que traduz uma redução do investimento e da manutenção das estradas, e ainda o seu regresso à tutela da Estradas de Portugal. Pedro Passos Coelho assegurou que continuam as negociações para reduzir mais os custos e os lucros das concessionárias, mas afastou um cenário de ruptura dos contratos. “Foram bancos internacionais que financiaram essas obras. No dia em que Portugal disser que não paga esses empréstimos, era o mesmo que dizer que não íamos cumprir o Memorando de entendimento”, realçou.
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