
“Os jogadores começam a sentir cada vez mais estas medidas. Os clubes das principais Ligas, casos de Espanha, Inglaterra e França, têm que tomar mais medidas para tentarem manter os jogadores. Não é surpresa que muitos deles queiram sair para a Rússia, onde o regime fiscal não tem tanto impacto”, justificou ao DN Artur Fernandes, presidente da Associação Nacional de Agentes de Futebol. Não será de estranhar, por isso, que Hulk e Witsel tenham escolhido o futebol russo, até porque em Portugal o regime fiscal é dos mais altos na Europa, segundo os dados de um estudo publicado pela National Bureau of Economic Research ( NBER) na época transata. Entre IRS ( 49%) e Segurança Social ( 11% em 2012), os futebolistas que auferem mais de 153.300 euros anuais ( números praticados maioritariamente nos “grandes”) “perdem” 60% de rendimentos. Na Rússia os rendimentos são taxados em 30%, bem menos que em Itália e Alemanha ( 43%), enquanto em Inglaterra as taxas são de 40%... mas alguns futebolistas ainda conseguem “fintar” o fisco. Os jogadores ingleses criam as suas próprias empresas para poderem receber as receitas dos direitos de imagem e, com isso, pagam apenas um imposto corporativo, muito mais baixo do que se fosse cobrado o individual. O Fisco, porém, já reclamou mais de 113 milhões de euros aos “grandes” de Londres e Manchester e quer pôr fim a esta brecha fiscal. Se Cristiano Ronaldo e Ibrahimovic pretenderem deixar os respetivos clubes para “fugirem” às cargas fiscais, saberão que as hipóteses de conseguirem contratos milionários serão reduzidas a partir do momento em que o fair- play financeiro da UEFA entrar em vigor, em 2014. As novas regras ditam que os clubes não poderão ter despesas superiores às receitas do conjunto das três últimas épocas, algo que inibirá, certamente, o poder de compra dos clubes financeiramente mais poderosos. Assim, será difícil tirar Cristiano Ronaldo do Real Madrid, caso o português renove contrato e o clube assuma os impostos do jogador. Curiosamente, Ronaldo até já admitiu jogar nos Estados Unidos da América, onde os descontos não vão além de 24%. Não é por acaso que cada vez mais estrelas europeias escolhem esse campeonato para terminarem as carreiras, casos de Thierry Henry e David Beckham”.
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