"Errados estão os povos que julgam que o progresso e a justiça social, por si sós, lhes serão deparados sem um mínimo de luta. Na Madeira, o Povo pagou caro se conformar com a estrutura socioeconómica, feita de senhorios por um lado, de colonos e de servos por outro, que durante séculos dominou e estratificou a sociedade madeirense. O Povo pagou caro a forma como o Estado português, a Monarquia primeiro, a República depois, também durante séculos impôs a sua autoridade e sacou em seu favor a maior parte do produto do suor dos Madeirenses. Caracterizando assim um regime colonial puro que, no século XX e para não se confundir com o sistema colonial em África, era denominado, numa habilidade de linguagem oficial, como «ilhas adjacentes».
«Adjacentes» a 900 quilómetros e a uma hora e meia de avião a jacto de Lisboa, estão a ver!...
Quando Portugal viveu o seu colapso do vergonhoso «período revolucionário em curso» - sobretudo uma vergonha na História para as Instituições que o promoveram e consentiram – o implodir, num ano, de um império centralizado de cinco séculos e meio, questionava também o futuro das «ilhas adjacentes».
Valeu a estas não serem povoadas por africanos, e as opções dos respectivos Povos serem claramente contra o marxismo pateta em voga, para que os sicários do «finis patriae»(morte da Pátria) aqui travassem as alienações de território.
Valeu aos Açores o interesse dos norte-americanos (hoje, com o evoluir das tecnologias, muito menor), os quais no seu raciocínio de «estupidez matemática» consideravam que a Madeira, a sul da boca do Mediterrâneo, podia muito bem se ir nas Tordesilhas modernas, idiotice dos Kennedys, onde a influência em África privilegiava os soviéticos e na América Central e do Sul adocicava os «yankees». É uma «estória» para ser contada outro dia...
Valeu à Madeira e aos Açores, então os Partidos democráticos terem compreendido que os dois arquipélagos eram indispensáveis à Resistência e à Consolidação democrática em todo o País.
Então foi compreendido que o consenso Lisboa-Funchal-Ponta Delgada passava pelo reconhecimento da vontade legítima dos povos insulares em ser posto termo ao regime colonial nos arquipélagos e na institucionalização constitucional de uma Autonomia Política, traduzida em poder legislativo próprio. Num quadro de Unidade Nacional e não de «Estado unitário» como, depois, fraudulentamente, se inscreveu e mantém na Constituição.
Compreendeu-se que a inevitável dialética Estado-Regiões Autónomas se iria compondo no tempo, pois era preciso corrigir o estatuto colonial anterior, bem como o saque de séculos sobre o produzido nos Açores e na Madeira.
E viveu-se, de facto, um clima construtivo e de Unidade Nacional, até que...
Até que a inflação de universidades e a deflação do Pensamento português, em termos de entender e de cultivar a própria Identidade Nacional, acarretaram o triunfo dos tecnocratas e orçamentalistas, estes de fraca preparação humanística, histórica e política. Simultaneamente ao colapso do comunismo europeu, o que ainda empurrou mais para a estupidez do capitalismo selvagem e para os inerentes assaltos de especulação financeira, quer no mundo, quer em Portugal, estando todos nós a sofrer as consequências. Com o anedótico de, no caso português e noutros, o colapso ter vindo sob as bandeiras de partidos ditos «socialistas».
Ora, com estes «yupies» tecnocratas do monetarismo, mas de fraca preparação fora dos seus cânones estritamente académicos – a nova «universidade»! – voltou uma certa arrogância do passado, feita também de ignorância sobre as Regiões Autónomas, ao ponto de se pretenderem impor à Opinião Pública nacional através do snobismo de uma guerra sem sentido contra Estas, apoiados numa comunicação social feita mistura de «interesses», de «esquerda», de «sociedades secretas» e de aldrabices nomeadamente contra a Madeira pela oposição desta ao Sistema político-constitucional e pela independência dos seus dirigentes em relação a tudo aquilo.
E, assim, chego à Festa do Chão da Lagoa, cujo «nervoso» e «incómodo» que provoca em Lisboa comprova tudo o que acima escrevi.
Precisamente porque, mais importante ainda, foi a luta do Povo Madeirense para conquistar a sua Autonomia. E essa luta, entre muitas outras coisas, fez-se também, todos os anos, com o Chão da Lagoa.
Far-se-á este ano, no domingo 31 de Julho.
«Adjacentes» a 900 quilómetros e a uma hora e meia de avião a jacto de Lisboa, estão a ver!...
Quando Portugal viveu o seu colapso do vergonhoso «período revolucionário em curso» - sobretudo uma vergonha na História para as Instituições que o promoveram e consentiram – o implodir, num ano, de um império centralizado de cinco séculos e meio, questionava também o futuro das «ilhas adjacentes».
Valeu a estas não serem povoadas por africanos, e as opções dos respectivos Povos serem claramente contra o marxismo pateta em voga, para que os sicários do «finis patriae»(morte da Pátria) aqui travassem as alienações de território.
Valeu aos Açores o interesse dos norte-americanos (hoje, com o evoluir das tecnologias, muito menor), os quais no seu raciocínio de «estupidez matemática» consideravam que a Madeira, a sul da boca do Mediterrâneo, podia muito bem se ir nas Tordesilhas modernas, idiotice dos Kennedys, onde a influência em África privilegiava os soviéticos e na América Central e do Sul adocicava os «yankees». É uma «estória» para ser contada outro dia...
Valeu à Madeira e aos Açores, então os Partidos democráticos terem compreendido que os dois arquipélagos eram indispensáveis à Resistência e à Consolidação democrática em todo o País.
Então foi compreendido que o consenso Lisboa-Funchal-Ponta Delgada passava pelo reconhecimento da vontade legítima dos povos insulares em ser posto termo ao regime colonial nos arquipélagos e na institucionalização constitucional de uma Autonomia Política, traduzida em poder legislativo próprio. Num quadro de Unidade Nacional e não de «Estado unitário» como, depois, fraudulentamente, se inscreveu e mantém na Constituição.
Compreendeu-se que a inevitável dialética Estado-Regiões Autónomas se iria compondo no tempo, pois era preciso corrigir o estatuto colonial anterior, bem como o saque de séculos sobre o produzido nos Açores e na Madeira.
E viveu-se, de facto, um clima construtivo e de Unidade Nacional, até que...
Até que a inflação de universidades e a deflação do Pensamento português, em termos de entender e de cultivar a própria Identidade Nacional, acarretaram o triunfo dos tecnocratas e orçamentalistas, estes de fraca preparação humanística, histórica e política. Simultaneamente ao colapso do comunismo europeu, o que ainda empurrou mais para a estupidez do capitalismo selvagem e para os inerentes assaltos de especulação financeira, quer no mundo, quer em Portugal, estando todos nós a sofrer as consequências. Com o anedótico de, no caso português e noutros, o colapso ter vindo sob as bandeiras de partidos ditos «socialistas».
Ora, com estes «yupies» tecnocratas do monetarismo, mas de fraca preparação fora dos seus cânones estritamente académicos – a nova «universidade»! – voltou uma certa arrogância do passado, feita também de ignorância sobre as Regiões Autónomas, ao ponto de se pretenderem impor à Opinião Pública nacional através do snobismo de uma guerra sem sentido contra Estas, apoiados numa comunicação social feita mistura de «interesses», de «esquerda», de «sociedades secretas» e de aldrabices nomeadamente contra a Madeira pela oposição desta ao Sistema político-constitucional e pela independência dos seus dirigentes em relação a tudo aquilo.
E, assim, chego à Festa do Chão da Lagoa, cujo «nervoso» e «incómodo» que provoca em Lisboa comprova tudo o que acima escrevi.
Precisamente porque, mais importante ainda, foi a luta do Povo Madeirense para conquistar a sua Autonomia. E essa luta, entre muitas outras coisas, fez-se também, todos os anos, com o Chão da Lagoa.
Far-se-á este ano, no domingo 31 de Julho.
De facto, se os Madeirenses e Porto-santenses não se tivessem manifestado e militado em três frentes, contra a fraude que é a Esquerda, contra qualquer retorno à estrutura conservadora socioeconómica do passado e contra a tradição cultural imperial que ainda marca o Terreiro do Paço, não teríamos conseguido o que concretizámos estes trinta e cinco anos. Reformámos em paz, sem o radicalismo da Esquerda, fazendo o que esta gostaria de ter realizado, mas que é comprovadamente incompetente e incapaz, quer como ideologias, quer nos personagens que por cá a infestam. Reformámos em paz, travando as reacionarices e o obscurantismo do retorno da Direita conservadora (CDS) e o radicalismo fascizante da extrema-direita (PND).
Tudo isto conseguiu o Povo Madeirense.
E ainda é pouco.
É preciso ir mais longe no Desenvolvimento Integral de todos e de cada um dos Madeirenses e Porto-santenses.
É preciso, ainda por cima, ultrapassar as dificuldades em que a República Portuguesa mergulhou, as quais injustamente também caiem sobre nós, agravadas por tudo o que passámos e sofremos nos últimos seis anos. É preciso querer mais. É necessária audácia, não nos rendermos ante quem quer que seja.
Ora, com a Autonomia, as mudanças que significaram progresso, não vieram por gestação espontânea. O Povo lutou. Porque, repito, errados estão os povos que julgam que o progresso e a justiça social, por si só, lhes serão deparados sem um mínimo de luta. Só que essa luta está condenada se sem um mínimo de organização, se sem uma coesão de grupo, se sem as motivações certas e legítimas, se sem vanguardas que a lideram.
Foi a missão do Partido Social Democrata da Madeira.
Se qualquer um, independentemente das suas convicções políticas, a que tem todo o Direito, se qualquer um quiser observar, com isenção, a diferença entre o Partido Social Democrata da Madeira e os outros Partidos, honestamente, pelo menos, uma coisa, em consciência, terá de reconhecer.
Enquanto os outros Partidos foram e são cordões umbilicais, sucursais, dos respectivos Partidos nacionais, o PSD da Madeira procedeu sempre como uma «vanguarda revolucionária», em paz, de afirmação da Identidade Madeirense, de reivindicação e defesa dos Direitos do nosso Povo, mesmo contra o seu Partido nacional ou Governos do seu Partido em Lisboa, quando necessário.
O PSD da Madeira moldou sempre a sua estratégia própria, conforme o Interesse Regional, sem a preocupação de a coincidir com o PSD nacional. Aos outros Partidos locais, moldaram-lhes as bases da estratégia cá, a partir de Lisboa. Não reconhecer isto é uma cegueira absurda, inculta, ante a realidade histórica dos últimos trinta e cinco anos, na dialética Lisboa-Funchal. Mas para um Partido se organizar, com sucesso, num vanguardismo que indispensavelmente mobilize o Povo, base fundamental para caminho da mudança pretendida, tem de praticar uma liturgia adequada, tem de recorrer a processos que juntem o Povo e demonstrem o querer e a força interclassista desse mesmo Povo.
É isso mesmo, o Chão da Lagoa.
Sem a Festa do Chão da Lagoa, que tanto incomoda em Lisboa, o Povo Madeirense não teria demonstrado a Sua vontade forte, não teríamos conseguido as mudanças que hoje caracterizam a Madeira e o Porto Santo. Sem tantas e tantas pessoas lá se deslocarem, afirmando com orgulho a sua vontade e querer madeirense, a Madeira e o Porto Santo não seriam o que hoje são. Até é fundamental nos reunirmos na Festa da Autonomia e da Liberdade, do Chão da Lagoa, não só para defendermos o conquistado e não só para reafirmarmos o que pretendemos de reconhecimento dos nossos Direitos.
Mas até para avisar aqueles que pensam ser possível fazer retroceder a Autonomia Política conquistada, ou nos impedir de conceber Portugal à nossa maneira legítima e livre.
Os Governos vão mudando em Lisboa.
NÓS NÃO MUDAMOS.
Como no ano passado, a Festa, domingo 31 de Julho, será na Herdade do Chão da Lagoa, com o piso do local já coberto de verde e muito mais zonas de sombra. A Festa da Autonomia e da Liberdade, na Herdade do Chão da Lagoa, nada tem a ver com as cenas eleitoreiras dos Partidos.
É Festa de todo um Povo. É DEFESA DA MADEIRA PELAS MÃOS DO POVO!" (texto de Alberto João Jardim publicado na edição do quinzenário "Madeira Livre" a distribuir na próxima semana)
Tudo isto conseguiu o Povo Madeirense.
E ainda é pouco.
É preciso ir mais longe no Desenvolvimento Integral de todos e de cada um dos Madeirenses e Porto-santenses.
É preciso, ainda por cima, ultrapassar as dificuldades em que a República Portuguesa mergulhou, as quais injustamente também caiem sobre nós, agravadas por tudo o que passámos e sofremos nos últimos seis anos. É preciso querer mais. É necessária audácia, não nos rendermos ante quem quer que seja.
Ora, com a Autonomia, as mudanças que significaram progresso, não vieram por gestação espontânea. O Povo lutou. Porque, repito, errados estão os povos que julgam que o progresso e a justiça social, por si só, lhes serão deparados sem um mínimo de luta. Só que essa luta está condenada se sem um mínimo de organização, se sem uma coesão de grupo, se sem as motivações certas e legítimas, se sem vanguardas que a lideram.
Foi a missão do Partido Social Democrata da Madeira.
Se qualquer um, independentemente das suas convicções políticas, a que tem todo o Direito, se qualquer um quiser observar, com isenção, a diferença entre o Partido Social Democrata da Madeira e os outros Partidos, honestamente, pelo menos, uma coisa, em consciência, terá de reconhecer.
Enquanto os outros Partidos foram e são cordões umbilicais, sucursais, dos respectivos Partidos nacionais, o PSD da Madeira procedeu sempre como uma «vanguarda revolucionária», em paz, de afirmação da Identidade Madeirense, de reivindicação e defesa dos Direitos do nosso Povo, mesmo contra o seu Partido nacional ou Governos do seu Partido em Lisboa, quando necessário.
O PSD da Madeira moldou sempre a sua estratégia própria, conforme o Interesse Regional, sem a preocupação de a coincidir com o PSD nacional. Aos outros Partidos locais, moldaram-lhes as bases da estratégia cá, a partir de Lisboa. Não reconhecer isto é uma cegueira absurda, inculta, ante a realidade histórica dos últimos trinta e cinco anos, na dialética Lisboa-Funchal. Mas para um Partido se organizar, com sucesso, num vanguardismo que indispensavelmente mobilize o Povo, base fundamental para caminho da mudança pretendida, tem de praticar uma liturgia adequada, tem de recorrer a processos que juntem o Povo e demonstrem o querer e a força interclassista desse mesmo Povo.
É isso mesmo, o Chão da Lagoa.
Sem a Festa do Chão da Lagoa, que tanto incomoda em Lisboa, o Povo Madeirense não teria demonstrado a Sua vontade forte, não teríamos conseguido as mudanças que hoje caracterizam a Madeira e o Porto Santo. Sem tantas e tantas pessoas lá se deslocarem, afirmando com orgulho a sua vontade e querer madeirense, a Madeira e o Porto Santo não seriam o que hoje são. Até é fundamental nos reunirmos na Festa da Autonomia e da Liberdade, do Chão da Lagoa, não só para defendermos o conquistado e não só para reafirmarmos o que pretendemos de reconhecimento dos nossos Direitos.
Mas até para avisar aqueles que pensam ser possível fazer retroceder a Autonomia Política conquistada, ou nos impedir de conceber Portugal à nossa maneira legítima e livre.
Os Governos vão mudando em Lisboa.
NÓS NÃO MUDAMOS.
Como no ano passado, a Festa, domingo 31 de Julho, será na Herdade do Chão da Lagoa, com o piso do local já coberto de verde e muito mais zonas de sombra. A Festa da Autonomia e da Liberdade, na Herdade do Chão da Lagoa, nada tem a ver com as cenas eleitoreiras dos Partidos.
É Festa de todo um Povo. É DEFESA DA MADEIRA PELAS MÃOS DO POVO!" (texto de Alberto João Jardim publicado na edição do quinzenário "Madeira Livre" a distribuir na próxima semana)
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