Li no DN de Lisboa num texto da jornalista Patricia Jesus: “E se de repente uma empresa resolver ir para tribunal para impedir uma cliente descontente de queixar-se na Internet? Foi isso que aconteceu com Maria João Nogueira, que na semana passada foi surpreendida por uma nota de citação pessoal de 31 páginas da Ensitel. O objectivo? Fazer com que retirasse do seu blogue uma série de seis posts que tinha escrito sobre as dificuldades para trocar o telemóvel "defeituoso" comprado na Ensitel. O resultado? Contraproducente para a imagem da empresa. A saga começou em Março de 2009 e acabou no Centro de Arbitragem de Conflitos de Consumo de Lisboa em Maio do mesmo ano. "O juiz disse que eu devia entregar o telemóvel à Ensitel para ser reparado e eu acabei por aceitar.Estava muito irritada mas não quis recorrer e gastar mais dinheiro e tempo com aquilo. Por mim, o assunto tinha morrido por ali", conta Maria João Nogueira. Mas não morreu. Os posts a relatar o caso ficaram no blogue e Ensitel quer que sejam apagados. O caso teve ontem o último desenvolvimento, quando Maria João decidiu contar no seu blogue que tinha sido notificada. A história espalhou-se na internet como fogo num palheiro: do blogue pessoal para o Twitter e do Twitter para o Facebook, originado dezenas de críticas, até na página da empresa. Em comunicado, a Ensitel responde que não põe "em causa qualquer tipo ou forma de liberdade de expressão", mas que "não aceita ser alvo" de uma "campanha difamatória", assente em factos falsos "apenas porque o cliente não se conformou com uma decisão judicial foi desfavorável".
Maria João tem agora alguns dias para contestar a providência - "o que me vai custar mais de 200 euros". "Não percebo como se sentem lesado por relatar factos e a minha opinião sobre esses factos, mas se o juiz decidir que tenho de tirar os posts tiro", conclui. O jurista Luís Filipe Carvalho lembra que qualquer entidade que se sinta lesada no seu bom nome (neste caso comercial) pode recorrer ao tribunal, através de uma providência cautelar, para que as referências consideradas lesivas sejam retiradas da internet. Cabe depois ao tribunal decidir se há ou não fundamento para isso. No entanto, para Filipe Marques, especialista em comunicação digital da OAK Brand, o que Ensitel fez foi completamente contraproducente em termos de imagem. "Foram desenterrar um assunto que estava morto, provavelmente porque aqueles posts aparecem quando se fazem pesquisas por Ensitel nos motores de busca". Mas acabaram por amplificar "a má experiência de compra daquela cliente". E criar um problema de imagem, conclui. O blogue em causa é este".
Maria João tem agora alguns dias para contestar a providência - "o que me vai custar mais de 200 euros". "Não percebo como se sentem lesado por relatar factos e a minha opinião sobre esses factos, mas se o juiz decidir que tenho de tirar os posts tiro", conclui. O jurista Luís Filipe Carvalho lembra que qualquer entidade que se sinta lesada no seu bom nome (neste caso comercial) pode recorrer ao tribunal, através de uma providência cautelar, para que as referências consideradas lesivas sejam retiradas da internet. Cabe depois ao tribunal decidir se há ou não fundamento para isso. No entanto, para Filipe Marques, especialista em comunicação digital da OAK Brand, o que Ensitel fez foi completamente contraproducente em termos de imagem. "Foram desenterrar um assunto que estava morto, provavelmente porque aqueles posts aparecem quando se fazem pesquisas por Ensitel nos motores de busca". Mas acabaram por amplificar "a má experiência de compra daquela cliente". E criar um problema de imagem, conclui. O blogue em causa é este".
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