segunda-feira, fevereiro 01, 2010

TAP: Fernando Pinto e as "low cost"


Numa entrevista de fundo intitulada "Quero deixar a presidência com a TAP já privatizada", realizada pelo jornalista João Céu e Silva, o Presidente da TAP analisa a realidade da empresa. Desse entrevista publicada domingo passado no DN de Lisboa, destacamos a seguinte passgem sobre as lowcost:
(...)"Na semana em que foi travada uma greve e revelada uma conversa muito polémica entre nove pilotos da TAP, o presidente da companhia aceitou falar sobre tudo o que envolve a empresa. Tudo, não... Quase tudo: o tema do terrorismo na aviação é tabu e só o comenta pela rama. No resto, é mais liberal e bem-disposto do que o que a sua imagem sisuda deixa prever.
- A TAP voltou a usar facas e garfos metálicos. Não é perigoso?
- Foi provado que esse uso era inócuo porque o tipo de faca ou de garfo que existe a bordo não serve como arma, enquanto existe uma série de outras coisas que podem ser utilizadas com esse fim. É um perigo adoptar reacções radicais que não têm eficiência e só trazem problemas. E é esse o cuidado que temos tido com as agências de segurança, de modo a que o que for feito seja eficiente e que proporcione maior segurança.
- As medidas radicais dos Estados Unidos não eliminam o perigo?
- Às vezes são necessárias para países como os Estados Unidos, muito expostos a este tipo de situações. Há necessidade de ter respostas radicais, mas muitas vezes elas têm muito mais a ver com uma necessidade política. De qualquer modo, é difícil julgar o que é uma situação e o que é outra porque a verdade é que nesse ponto os Estados Unidos vivem um dia-a- -dia extremamente enervante, que se reflecte no passageiro.
- As low cost têm perseguido a TAP. São responsáveis pela grande redução das receitas?
- Também. No início não acreditava que fosse um mercado tão grande e que surgissem tantas low cost a operar em Portugal, umas 30 empresas quase. É claro que existe aí um mercado, que é variável e com rotas que se iniciam e param. A TAP teve de competir nas tarifas e mudar o sistema tarifário para permitir usar os lugares que não preencheríamos de outra forma. A grande vantagem que trouxeram foi terem criado um novo mercado, com origem na Internet, que nos beneficiou, porque o cliente pesquisa os preços das low cost e descobre que a TAP tem uma tarifa extremamente interessante e acaba por voar connosco.
- É por isso que em alguns voos da TAP nem existe espaço para os passageiros porem as pernas?
- Não alterámos o espaço para o passageiro e, em média, a TAP tem mais conforto do que a maioria das empresas. O que aconteceu foi que alguns aviões não vieram com a especificação própria da TAP por terem sido adquiridos em leasing.
- A TAP também vai criar lugares de pé nos seus aviões?
- Com certeza que não! Isso nem é verdade, é puro trabalho de marketing.
- É só marketing?
O fabricante já disse que não consegue fazer isso.
- A redução de custos também está a passar por assegurar o preço do combustível por antecipação?
Até metade deste ano já temos garantido 60% do fornecimento a um bom preço (...)"

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