Judite de Sousa ao ataque: "Políticos não percebem o papel da imprensa ou fingem"

Judite Sousa, directora adjunta de Informação da RTP, lançou o livro "A Vida é um Minuto" sobre as tensas relações entre media e política. Judite Sousa falou com o DN de Lisboa, num trabalho de Marina Marques, sobre o livro, "um ensaio sobre a comunicação política moderna", como o define a autora. Com direito a uma pequena interrupção para receber uma caixa de chocolates de um admirador. O livro levanta muitas questões sobre a relação entre jornalistas e políticos, mas dá poucas respostas. Porquê? Este é um ensaio sobre comunicação política onde procurei, com base na minha experiências profissional e em leituras que tenho feito ao longo dos anos, suscitar questões, perguntas, sobre os novos problemas que a comunicação política moderna levanta. Podia contar histórias de bastidores que antecedem as entrevistas e coisas que sei sobre determinados actores políticos, mas achei que não é o momento oportuno para o fazer. Por estarmos em plena campanha eleitoral? Porque ainda espero fazer muitas mais entrevistas e também porque não seria justo para com as pessoas. Por outro lado, no momento em que o livro sai, em cima de um furacão político, achei que o tom encontrado é o tom certo, o tom justo. E também a altura certa, em que as pessoas estão mais atentas às questões políticas? Sim, porque fala-se muito da importância da comunicação, se os políticos devem comunicar muito ou pouco, dos silêncios de Manuela Ferreira Leite, da overdose comunicacional de José Sócrates, do Francisco Louçã ser um excelente produto mediático. Mas nunca tinha aparecido um livro, feito por alguém que está por dentro das coisas, a reflectir e a dar a sua opinião sobre tudo isso. Refere-se às opiniões que emite no livro sobre os líderes partidários? Sim, dou uma opinião muito clara, do ponto de vista comunicacional, sobre Francisco Louçã, Manuela Ferreira Leite, Paulo Portas, Jerónimo de Sousa e José Sócrates. Desse ponto de vista acho que até sou ousada. Arrisco falar sobre pessoas "que me passam pelas mãos". Recomendo que leia tudo, aqui.