quinta-feira, setembro 10, 2009

Jornalismo: sudanesa safou-se das chicoteadas públicas

Segundo o Publico, num texto de Jorge Heitor, a ex-jornalista sudanesa multada por vestir calças enfrenta um mês de prisão: "Lubna al-Hussein vai recorrer para o Tribunal Constitucional da multa de 145 euros que lhe foi aplicada como "culpada de indecência". Uma mulher sudanesa acusada com outras 12 de ter cometido um "acto indecente" foi ontem poupada às chibatadas que chegaram a ser admitidas, mas o juiz multou-a no equivalente a 145 euros, por ter vestido "calças demasiado justas e uma blusa muito transparente".Uma vez que Lubna al-Hussein não tenciona pagar a multa, está sujeita a ficar presa durante um mês, contou à CNN o seu advogado, Nabil Adib. Mas a verdade é que tenciona recorrer para o Tribunal Constitucional, depois de ter escrito no jornal britânico Guardian que o seu caso está longe de ser único.Antes de a sentença ser conhecida, a polícia espancou pessoas que se tinham concentrado frente ao tribunal de Cartum e deteve dezenas delas.Lubna al-Hussein, de 34 anos, antiga jornalista, trabalhava para as Nações Unidas quando em Julho foi detida e acusada de ter violado as "leis da decência". Por isso, chegaram a oferecer-lhe imunidade, mas preferiu demitir-se da organização e enfrentar as autoridades, "para demonstrar ao mundo o que é que elas consideram que a justiça é"."Milhares de raparigas têm sido espancadas desde a década de 1990, mas Lubna é a primeira a não ficar calada", contou à Reuters uma das manifestantes de ontem, Sawsan Hassan el-Showaya.Para além da polícia, as manifestantes também foram confrontadas com dezenas de homens em roupas tradicionais islâmicas, que gritaram palavras de ordem religiosas e chamaram prostitutas a Lubna al-Hussein e às demais mulheres que apoiavam a ex-jornalista.Noutro país muçulmano, a Malásia, está a ser revista a pena que mandava chicotear Kartika Sari Dewi Shukarno, por ter bebido cerveja, quando o álcool é proibido pela lei islâmica, que teria sido a primeira mulher condenada a ser chicoteada no país".
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