quinta-feira, setembro 18, 2008

A minha visão corporativista

Confesso que tenho um defeito enorme: por ter sido jornalista durante muitos anos, titular de uma carteira profissional obviamente depositada nos respectivos serviços competentes, tenho sempre uma noção corporativista que me leva a ter, regra geral, uma perspectiva diferente em relação a determinadas decisões, o que não significa que esteja sempre de acordo com o que na comunicação é publicado ou com as omissões. Julgo que se comete o exagero de condenar os jornalistas, nalgumas situações, quando na realidade eles não têm culpa nenhuma. As pessoas podem concordar ou discordar dos profissionais da comunicação social, porque no fundo democracia, liberdade e respeito pelas opiniões diferentes é isso mesmo. Mas não podemos confundir o que não é confundível. Mau foi ter sido generalizado o acesso a um título profissional, que era motivo de orgulho para quem o possuía e que lhe imponha a obrigatoriedade de cumprir regras deontológicas e éticas, independentemente da sua forma de pensar ou de estar na vida. E nem a ressalva de "equiparado" altera esta minha opinião, só porque entenderam que qualquer pessoa, pelo simples facto de ser editor ou director de uma folha qualquer ou de um boletim sectorial, tem esse direito. Imaginemos que o director do boletim das Associações empresariais locais, ou sindicais, regra geral os seus Presidentes, começam a pedir títulos de jornalistas profissionais "equiparados" porque os boletins institucionais são instrumentos geradores de informação! Lindo, não? É aqui, e apenas aqui que reside o problema. Mistura numa profissão que não sendo, tal como todas as demais, exemplar ou constituída por anjolas, deveria dispensar obviamente indivíduos que não são, nunca foram, nem alguma vez serão jornalistas na sua vida. Mas quando foi tempo para reagir os jornalistas não o fizeram, talvez porque estão mais ocupados com os seus egoísmos individualistas, do que com uma perspectiva de defesa da classe como um todo. Ou se o fizeram não foram ouvidos. Lamentavelmente. Mas este é mais um assunto que rigorosamente não me diz respeito.

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