terça-feira, setembro 30, 2008

"Funcionários"...

Há uns "funcionários" pagos pelo erário público que se julgam donos da verdade. O melhor é não perder tempo com eles. Sabem tudo, só eles têm soluções, só eles são espertos, só eles são democratas. O resto, cambada de ignorantes, burros e não sei que mais. A realidade, sobretudo eleitoral, é que é outra... Mas ainda não perceberam que pode haver quem tenha pachorra para os aturar. Outros têm o direito e a legitimidade de os ignorar. Tal como eu fiz. Há coisas que não sou capaz de resolver nem tenho sequer culpa. Eles são também "funcionários", porque pagos pelo erário público, tal como todos os que trabalham para o Estado. Por isso é tempo perdido. Comigo é tempo perdido. Definitivamente. Mas continuem por favor. De repente lembrei-me de Vítor Hugo ("Os Trabalhadores do Mar"): "Ter mentido é ter sofrido. O hipócrita é um paciente na dupla acepção da palavra; calcula um triunfo e sofre um suplício. A premeditação indefinida de uma acção ruim, acompanhada por doses de austeridade, a infâmia interior temperada de excelente reputação, enganar continuadamente, não ser jamais quem é, fazer ilusão, é uma fadiga. Compor a candura com todos os elementos negros que trabalham no cérebro, querer devorar os que o veneram, acariciar, reter-se, reprimir-se, estar sempre alerta, espiar constantemente, compor o rosto do crime latente, fazer da disformidade uma beleza, fabricar uma perfeição com a perversidade, fazer cócegas com o punhal, por açúcar no veneno, velar na franqueza do gesto e na música da voz, não ter o próprio olhar, nada mais difícil, nada mais doloroso. O odioso da hipocrisia começa obscuramente no hipócrita. Causa náuseas beber perpétuamente a impostura. A meiguice com que a astúcia disfarça a malvadez repugna ao malvado, continuamente obrigado a trazer essa mistura na boca, e há momentos de enjoo em que o hipócrita vomita quase o seu pensamento. Engolir essa saliva é coisa horrível. Ajuntai a isto o profundo orgulho. Existem horas estranhas em que o hipócrita se estima. Há um eu desmedido no impostor. O verme resvala como o dragão e como ele retesa-se e levanta-se. O hipócrita é um titã-anão".

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