domingo, junho 01, 2008

Dia da Criança (VI)

SITUAÇÃO MUNDIAL DA INFÂNCIA 2008


Por ocasião do lançamento do Relatório da UNICEF "The State of the World’s Children 2008: Child Survival" (A Situação Mundial da Infância 2008: A Sobrevivência Infantil), foram realçadas estratégias que podem ajudar a reduzir o número de crianças que morrem antes dos cinco anos.Embora os dados recentes demonstrem uma descida na taxa da mortalidade dos menores de cinco anos, o Relatório A Situação Mundial da Infância 2008: A Sobrevivência Infantil vai para além dos números e sugere ações/medidas e iniciativas susceptíveis de conduzir a mais progressos. “A integração, ao nível da comunidade, de serviços essenciais para as mães, recém-nascidos e crianças pequenas, e melhoramentos sustentáveis nos sistemas nacionais de saúde podem salvar a vida a muitas das mais de 26 000 crianças menores de cinco anos que morrem por dia,” afirmou Ann M. Veneman, Directora Executiva da UNICEF. “O relatório descreve o impacte de medidas simples e de baixo custo, tais como o aleitamento materno exclusivo, a imunização, as redes mosquiteiras impregnadas de insecticida e os suplementos de Vitamina A, as quais têm ajudado a reduzir o número de mortes de crianças nos últimos anos.”A análise do relatório revela também que há ainda muito por fazer para aumentar o acesso aos tratamentos e meios de prevenção, para atenuar o impacte devastador da pneumonia, diarreia, malária, má nutrição aguda grave e do VIH. O desafio consiste em assegurar às crianças o acesso a cuidados de saúde continuados, apoiados em sistemas nacionais de saúde que sejam consistentes."Reforçar o investimento nos sistemas nacionais de saúde será crucial para atingirmos as metas estabelecidas pelas Nações Unidas no campo da saúde infantil, mas é possível progredir mesmo quando os sistemas de saúde são precários,” afirmou a Drª Margaret Chan, Directora-Geral da Organização Mundial de Saúde. “Em muitos países, programas inovadores demonstram que uma abordagem integrada na qual cada criança é abrangida por um pacote de intervenções de uma só vez pode trazer benefícios imediatos."As novas informações contidas em A Situação Mundial da Infância 2008 foram obtidas a partir de dados de inquéritos a famílias bem como de dados provenientes de parceiros-chave, incluindo a Organização Mundial de Saúde e o Banco Mundial.Essas informações proporcionam exemplos de iniciativas de sucesso, tais como a Iniciativa para Acelerar a Sobrevivência e o Desenvolvimento Infantis, que presta cuidados primários integrados a famílias empobrecidas na África subsariana, e a Iniciativa contra o Sarampo, uma campanha global que ajudou a reduzir o número de mortes devido a essa doença em cerca de 68 por cento em todo o mundo, e em mais de 90 por cento em África, desde 2000. A abordagem à sobrevivência infantil defendida pelo relatório preconiza a combinação das melhores iniciativas específicas contra algumas doenças com o investimento em sistemas nacionais de saúde consisitentes para criar uma prestação de cuidados continuados para mães, recém-nascidos e crianças pequenas que seja extensível da casa para a unidade de saúde local, o hospital distrital e assim por diante.O relatório sublinha a necessidade de envolver as comunidades locais para que elas gerem a necessária procura de cuidados de saúde de qualidade, sendo a sua mobilização decisiva para alcançar as populações marginalizadas e isoladas. A região na qual é mais evidente a necessidade de estratégias que salvem vidas é a da África subsariana onde, em média, uma em cada seis crianças morre antes de completar cinco anos de idade. Em 2006, quase metade de todas as mortes de menores de cinco anos ocorreu na África subsariana, embora aí viva menos de um quarto da população infantil do mundo. O relatório fornece informação sobre um quadro estratégico desenvolvido pela UNICEF, pela OMS e pelo Banco Mundial – a convite da União Africana – para ajudar os países Africanos e outros a reduzir a elevada mortalidade materno-infantil. Esse quadro requer:
- Dados válidos para sustentar as políticas e os programas;
- Uma mudança no sentido de combinar as intervenções associadas a doenças específicas e a nutrição em pacotes integrados para assegurar cuidados continuados;

- A integração dos programas de saúde e nutrição maternas, neo-natais e infantis nos processos de planeamento estratégico nacional para incrementar e reforçar os sistemas de saúde;
- Melhoramento da qualidade e aumento do financiamento regular para o reforço dos sistemas de saúde;
- Empenhamento politico a favor das abordagens que proporcionam cuidados continuados;
- A harmonização dos programas e parcerias globais para a saúde.

“A sobrevivência infantil não é apenas um imperativo de direitos humanos, é também um imperativo de desenvolvimento,” afirmou Joy Phumaphi, Vice Presidente da Human Development Network no Banco Mundial. “Investir na saúde das crianças e suas mães é uma decisão económica consistente/saudável e uma das maneiras mais seguras de um país traçar o seu rumo para um futuro melhor.” (fonte)

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