sexta-feira, abril 04, 2008

Política: também é preciso perceber

Não resisto a deixar-vos a opinião de Raul Vaz, publicada num recente editorial do “Jornal de Negócios”, independentemente de concordarem ou não com os seus pontos de vista:
“Jaime Gama lélé da cuca? Pelo contrário: o “peixe de águas profundas” emergiu lúcido na análise e fino na acção. O fervoroso elogio a Alberto João Jardim – que outrora comparou ao facínora Bokassa – tem o peso e a medida de quem o produz. Gama está a seguir o fio do horizonte e age concertado com o protagonista da película em cartaz, o seu actor. Não poderia ser Sócrates a amansar Jardim; nem Silva Pereira ou outra voz com o eco do chefe. Jaime Gama era (é) o caldo ideal para o efeito: o episódio Bokassa, a condição de ilheú, a pele de segunda figura do Estado. E sabem por que é que Bokassa, ou melhor, Jardim, é “um exemplo supremo na vida democrática do que é um político combativo” e autor de uma “obra ímpar”? Porque Jardim está de partida e procura aconchego – e é nestas circunstâncias que quem sabe dar sabe receber; porque a renovação da maioria absoluta poderá ficar presa por décimas – e quem sabe dependente do humor de um senhor das ilhas. É neste contexto que o “humor negro” de Jaime Gama deve ser entendido como uma forma de fazer política. Sem preconceitos ou estados de humor. Com a frieza de quem escolhe os meios para segurar o poder”.
Não acham que há uns indivíduos que deviam fazer tudo na vida menos andar na política? Porque não a entendem, porventura nas suas componentes mais aliciantes, por muito estranhas que pareçam e até sejam. Eu sei que é complicado, pois é. Mas política é isto!

Sem comentários: