sábado, setembro 01, 2007

Recordando Beslan (I)

Praticamente na mesma hora em que ocorria esta enorme perda para a cultura mundial, no distante Cáucaso uma outra catástrofe se dava. Um outro telhado em fogo também desabava. Concentrando 1200 reféns, a maioria deles crianças, no ginásio municipal da pequena cidade de Beslan - na Ossétia do Norte, no sul da Rússia -, um reduzido grupo de guerrilheiros chechenos-ingushis partia para mais um enfrentamento com Moscou. Outro capítulo da desastrada e cada vez mais brutal guerra dos separatistas caucasianos contra o poder russo. Colocados no chão do ginásio, onde tinham que ficar deitados, adultos e crianças passaram torturantes horas de tensão e medo, assolados por um calor sufocante. Bombas foram espalhadas por todos os cantos, enquanto a escola era cercada pelas tropas governamentais. De repente, um dos petardos colocado num tabuleiro do ginásio desprendeu-se e explodiu no solo. A garotada tomou-se de pânico. Os chechenos, furiosos, permitindo que o seu nacionalismo se transformasse em bestialismo, dispararam suas armas automáticas sobre a multidão em fuga. Os homens das Forças Especiais do 58º Exército russo por igual entraram em ação. O resultado, um completo desastre. Feito o rescaldo, do lado de fora do Ginásio alinharam os mortos. Centenas deles. Contaram em bem mais de 330 vítimas. Taparam-lhes com plásticos pretos como fossem encaderná-los para esconder o horror da morte deles, muitos queimados pelo teto que desabara em chamas. E assim, num só dia, em lugares tão distantes como Weimar e Beslan, biblioteca e escola, livros e crianças, foram consumidos pelo fogo e pela loucura. Que semana ruim para a humanidade... (fonte: educaterra)

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