Durante a campanha eleitoral, Alberto João Jardim revelou que o PSD vai avançar com uma iniciativa legislativa sobre incompatibilidades. A Assembleia da República vota esta semana, em Lisboa, iniciativas do PC e do Bloco de Esquerda, destinadas a serem impostas aos deputados agoira eleitos o que, caso acontecesse, provocaria uma alteração nalgumas bancadas parlamentares. Eu continuo sem saber como é que o PSD, que sempre referiu ser essa matéria reservada ao estatuto, até por imposição de uma disposição constitucional, vai conseguir aprovar seja o que for, sem o fazer no quadro do Estatuto, sob pena de se confrontar com a inevitável acusação de contradição. Eu compreendo que este assunto tenha que ser resolvido, de uma vez por todas, para que as pessoas - passada a ressaca das eleições – comecem a confrontar-se com a introdução deste desgastante assunto no discurso político dos partidos da oposição – e prevejo que isso acontecerá frequentemente. E o pior que pode acontecer é não sermos capazes de dar uma explicação plausível à opinião pública sobre este assunto. Alberto João Jardim assumiu esse compromisso. Creio que ele será cumprido. A minha dúvida é como, e em que termos - ou seja, em termos processuais e de conteúdo – tal de concretizará. E deixem-se dessas tretas de que as incompatibilidades em São Bento é que são boas. Quantos advogados por lá andam e continuam a dar pareceres até a organismos públicos? Quantos deputados por lá andavam e eram administradores de empresas, públicas e privadas, nacionais ou estrangeiras, dos quais a figura mais conhecida era Pina Moura, líder da Iberdola Portugal, mas que por ter sido contratado pela Prisa (TVI), renunciou ao mandato?
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