domingo, maio 27, 2007

Sousa Tavares e os mcs

Eu acho - e várias vezes tenho dito - que Miguel Sousa Tavares tem sido excesivamente radical, por vezes quase ofensivo, para com os Madeirenses e particularmente com a Autonomia regional, na forma como critica, quando é mais do que evidente que se deixa manipular pelos sentimentos que tem em relação a Alberto João Jardim. Tal como uma "árvore não faz uma floresta", também não se pode confundir a realidade autonómica nem, os Madeirenses em geral pela opinião que se possa ter em relação a uma ou outra pessoa. Mas Sousa Tavares tem a particularidade de ser honesto, coerente, de dizer, sempre disse, o que pensa, e de, mesmo polémico, ser das raras vozes que se levantam contra o "establishement". O artigo dele no Expresso de ontem é disso um exemplo (é dos tais em que eu assino por baixo). Deixo uma parte desse artigo, recomendando que o leiam todo:
"Oitocentas crianças ou menores desapareceram em Inglaterra desde que Maddie desapareceu no Algarve, há três semanas. Escusado será dizer que nenhum desses desaparecimentos teve, de perto ou de longe, a mesma atenção e desvelo policial e, sobretudo, a mesma obsessiva cobertura mediática que o desaparecimento de Maddie tem tido. Podemos procurar várias explicações para esta chocante desigualdade de tratamento, mas elas nunca andarão muito longe disto: Maddie é uma criança bonita, cuja cara faz excelentes primeiras páginas de jornais, «posters» afixados em supermercados, ou fotografias em ecrãs gigantes de estádios; os pais são jovens, médicos, também com boa imagem, ela sobretudo; a igreja da Praia da Luz é igualmente bonita (é mesmo a única coisa bonita que resta na Praia da Luz), e as imagens da antiga aldeia de pescadores, com mar azul ao fundo e sempre sob um sol magnífico, são um sedutor cenário para os intermináveis directos das televisões. O título de toda a história podia ser: ‘E, subitamente, no Paraíso inglês do Algarve... (...)".

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