Eleição de Aguiar-Branco para presidente é positiva, mas não entusiasma. Ter um vice do Chega é negativo também para os eleitores da AD. O impasse na eleição do presidente da Assembleia da República foi negativo (59%), mas a atuação do PS, que permitiu desbloqueá-lo, foi positiva (51%). A escolha dos personagens, no entanto, não entusiasma. De acordo com uma sondagem da Aximage para o JN, DN e TSF, a eleição de José Pedro Aguiar-Branco só foi positiva para 39%. E a de um deputado do Chega para a vice-presidência foi negativa (49%). Foi só à quarta tentativa que o ex-ministro social-democrata conseguiu ser eleito presidente do Parlamento. E apenas para metade da legislatura, depois de os socialistas avançarem com uma proposta que permitiu ultrapassar o bloqueio que ameaçava paralisar o arranque dos trabalhos da nova legislatura: José Pedro Aguiar-Branco será o líder da Assembleia da República durante dois anos e, nos dois restantes será um deputado socialista, eventualmente Francisco Assis, que, quando foi a votos, até conseguiu melhores resultados que o social-democrata.
Há uma maioria de portugueses que elogia a solução proposta por Pedro Nuno Santos a Luís Montenegro (51%), com destaque para os que votaram à Esquerda nas últimas legislativas, e em particular os eleitores socialistas (71%). Mas também quem votou na AD (53%). Entre todos os segmentos só destoam os que votaram no Chega. É o único segmento em que há mais avaliações negativas (33%) do que positivas (18%). Os elogios esgotam-se na solução. Quando perguntados sobre os nomes, o entusiasmo dos portugueses esmorece. Aguiar-Branco consegue, é verdade, um saldo positivo, graças aos 39% de avaliações positivas, contra 15% negativas. Sucede que a indiferença é quase a regra: 46% dos inquiridos refugiam-se numa resposta neutra ou recusam dar uma opinião, em particular as mulheres (51%). Pior é a avaliação de Pacheco de Amorim, que foi eleito vice-presidente, com os votos dos deputados do Chega, o seu partido, e do PSD. Por cada resposta positiva (25%) há dois inquiridos que consideram a escolha negativa (49%), com destaque para as mulheres e os eleitores com 65 ou mais anos. Por segmento de voto, os mais críticos são os eleitores dos partidos à Esquerda. Mas até os eleitores da Aliança Democrática pendem mais para uma avaliação negativa (36%) do que positiva (29%) (Jornal de Notícias, texto do jornalista Rafael Barbosa)
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