A coligação de Montenegro recuperou entre os mais velhos, assim como os que têm menos escolaridade – ficando agora próximo do eleitor tipo do PS. Chega perde para AD, PS e CDU na frequência religiosa. Veja aqui os eleitores de cada partido. A AD conquistou votos entre os mais velhos (idade média de 56,4), ficando a par do PS, e recupera também entre os que têm menor instrução (mais de metade dos seus eleitores). Concentra mais licenciados que o PS (26%). Quem vota AD é sobretudo de direita e de centro (83%), concentrando a maior fatia dos eleitores com frequência religiosa habitual (47%), bem mais do que o Chega (23%). O PS perdeu apoios entre os mais velhos, mas continua com mais apoio entre as mulheres (57%), sendo a par da CDU quem tem uma fatia maior de cidadãos com menos instrução (68%). O eleitor PS vai mais à igreja do que quem escolhe o Chega (40%). Ideologicamente, os seus apoiantes são sobretudo de esquerda (57%) e de centro (33%), quase invertendo os números da AD.
O eleitor do Chega é o mais masculino de todos os partidos (58%), assim como o segundo mais jovem — média de 44,2 anos. É também o segundo partido com maior preponderância de cidadãos com ensino secundário (35%) e um dos que têm menor preponderância de universitários (15%). Apenas 4% dos seus eleitores vão à igreja todas as semanas e 19% mensalmente. Só 47% dos seus eleitores se dizem de direita (31% estão ao centro, 16% à esquerda e 6% não escolhem posição ideológica).
AUTOPOSICIONAMENTO
IDIOLÓGICO POR INTENÇÃO DE VOTO NAS LEGISLATIVAS
Tal como no PS, o eleitor do BE é mais feminino (55%), embora seja mais jovem (48,3 anos em média). 29% dos que votam Bloco têm licenciatura, e só 14% vão com alguma frequência à Igreja. 66% dizem-se, claro, de esquerda (e 30% de centro). A IL tem dois recordes: é quem tem, proporcionalmente, os eleitores mais jovens (32,6 anos, em média) e com mais formação (45% superior). A par do Chega, é também o mais masculino (57% homens). Não é muito religioso (só 15% vão frequentemente à igreja). 55% dos que a escolhem são de direita e 30% do centro.
A CDU bate recorde
de eleitores de esquerda (72% dos que a escolhem), assim como o que tem mais
eleitores sem o secundário (69%). É o terceiro partido em frequência religiosa
(27%) e em idade média: 55,5 anos. Tem 55% de homens entre os seus eleitores.
FICHA TÉCNICA
Sondagem cujo
trabalho de campo decorreu entre os dias 17 e 25 de fevereiro de 2024. Foi
coordenada por uma equipa do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de
Lisboa (ICS-ULisboa) e do ISCTE — Instituto Universitário de Lisboa
(ISCTE-IUL), tendo o trabalho de campo sido realizado pela GfK Metris. O
universo da sondagem é constituído pelos indivíduos com idade igual ou superior
a 18 anos e capacidade eleitoral ativa, residentes em Portugal Continental. Os
respondentes foram selecionados através do método de quotas, com base numa
matriz que cruza as variáveis Sexo, Idade (4 grupos), Instrução (3 grupos),
Região
(5 Regiões NUTII) e Habitat/Dimensão dos agregados populacionais (5 grupos). A
partir de uma matriz inicial de Região e Habitat, foram selecionados
aleatoriamente 102 pontos de amostragem onde foram realizadas as entrevistas,
de acordo com as quotas acima referidas. A informação foi recolhida através de
entrevista direta e pessoal na residência dos inquiridos, em sistema CAPI, e a
intenção de voto em eleições legislativas recolhida através de simulação de
voto em urna. Foram contactados 2972 lares elegíveis (com membros do agregado
pertencentes ao universo) e obtidas 907 entrevistas válidas (taxa de resposta
de 31%, taxa de cooperação de 45%). O trabalho de campo foi realizado por 46
entrevistadores, que receberam formação adequada às especificidades do estudo.
Todos os resultados foram sujeitos a ponderação por pós-estratificação de
acordo com a frequência de prática religiosa e a pertença a sindicatos ou
associações profissionais dos cidadãos portugueses com 18 ou mais anos
residentes no Continente, a partir dos dados da vaga mais recente do European
Social Survey (Ronda 10). A margem de erro máxima associada a uma amostra
aleatória simples de 803 inquiridos é de +/- 3,25%, com um nível de confiança
de 95%. Todas as percentagens são arredondadas à unidade, podendo a sua soma
ser diferente de 100% (Expresso, texto e grafismo dos jornalistas David Dinis e
Sofia Miguel Rosa)
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