O presidente da Comissão para o Aprofundamento da Autonomia da Assembleia dos Açores, Vasco Cordeiro, afirmou que a revisão da lei de finanças regionais “não se compadece” com “precipitações” e exige uma “aturada reflexão”. “Qualquer alteração à Lei de Finanças das Regiões Autónomas não se compadece nem com precipitações, nem com instrumentalizações de qualquer ordem, nem muito menos com exercícios simplistas, inconsequentes e redutores de demagogia”, declarou o anterior presidente do executivo açoriano. O socialista falava no seminário dedicado à Lei de Finanças das Regiões Autónomas, organizado pelo Conselho Económico e Social dos Açores (CESA), que está em decorrer no Teatro Micaelense, em Ponta Delgada.
“A matéria em causa exige serenidade, aturada reflexão, estudo e trabalho técnico que deve fundamentar a solidez das nossas opções e preparar-nos para um combate que, após isso, mas só após a consciente tomada de opções próprias, deve ser de todos”, acrescentou Cordeiro. O deputado regional açoriano destacou que, nas “pronúncias públicas” sobre a Lei de Finanças Regionais, existe um “aspeto comum”, relacionado com a “alegação de uma necessidade imperiosa e urgente de alterar” aquela lei.
“Até que ponto o tempo extraordinário que vivemos, entre a saída de uma crise pandémica e a antecâmara de possíveis perturbações orçamentais derivadas a tendências inflacionistas que, a pouco a pouco, se vão manifestando por esse mundo fora, são o momento adequado para uma revisão serena, medida e aprofundada de uma lei estruturante?”, questionou. Para o também líder do PS/Açores, a alteração da lei de finanças regionais proposta pela Madeira implicaria um “significativo e vertiginoso agravamento da possibilidade de dívida”, o que poderia “mais do que duplicar a dívida pública” dos Açores.
“Qual o sentido de, num processo que, alegadamente, se quer conjunto entre as duas Regiões Autónomas aprovar uma resolução do teor daquela que a Assembleia Legislativa da Madeira aprovou e, depois, apelar à união entre as duas regiões na apresentação de uma proposta comum?”, interrogou.
O presidente da Comissão para o Aprofundamento da Autonomia do parlamento açoriano avançou ainda com a possibilidade de a proposta da Madeira “levar a tratar, de forma igual, aquilo que é diferente”, referindo-se às diferentes realidades arquipelágicas das duas regiões. “A solução que mais cedo ou mais tarde alcançaremos resultará exatamente do ponto de equilíbrio entre essas diversas perspetivas”, afirmou, a propósito de uma posição conjunta das Regiões Autónomas sobre a lei de financiamento (Açoriano Oriental)
Sem comentários:
Enviar um comentário