O presidente do Governo Regional dos Açores, José Manuel Bolieiro, admitiu a necessidade de fazer uma “avaliação” do executivo, quando questionado sobre uma eventual remodelação, sem se comprometer com prazos.
“Sou sensível, desde logo, ao senso comum associado ao bom senso para, não sendo cego, surdo e mudo, poder fazer uma avaliação, que farei, naturalmente também bem aconselhado e correspondendo com humildade democrática a um lastro de entendimentos que é necessário fazer para a governação nos Açores”, afirmou o chefe do executivo açoriano da coligação PSD/CDS-PP/PPM. José Manuel Bolieiro falava, em declarações aos jornalistas, em Angra do Heroísmo, à margem do Fórum da Educação, integrado no Conselho Coordenador d0 Sistema Educativo.
Em novembro, na véspera da discussão do Plano e Orçamento da Região para 2022, o deputado único do Chega, José Pacheco, disse que a continuidade do acordo de incidência parlamentar que tem com os partidos da coligação de Governo, estava dependente de uma remodelação governativa, que o líder do executivo lhe tinha dito estar “para breve”.
Questionado, desde então, sobre esta matéria, o presidente do executivo açoriano tem insistido que é da sua exclusiva competência, recusando-se a apontar uma data para a sua concretização. Hoje, disse estar “recetivo” a uma “avaliação” do executivo e disponível para acolher os contributos dos parceiros políticos e da sociedade civil.
“Estou recetivo a esta avaliação. Obviamente, é uma decisão final do presidente do Governo, mas conhecem o meu perfil, conhecem o meu caráter, não serei indiferente ao pulsar da sociedade no seu todo, como igualmente sobretudo a melhoria da governação e a performance do governo”, afirmou.
“Os parceiros políticos, partidários, da sociedade civil também me fazem chegar os ecos do seu pensamento e do seu entendimento, que obviamente vou acolher e fazer essa síntese depois com uma decisão que tomarei”, acrescentou. José Manuel Bolieiro garantiu que o assunto não tem sido abordado nas audições que tem tido, esta semana, com os partidos políticos.
“As audições têm sido sobre a organização do programa operacional Açores 2030. Não tenho feito qualquer outra abordagem”, assegurou. Questionado sobre o prazo em que será feita uma eventual remodelação do Governo Regional, o presidente do executivo não se comprometeu com datas.
“Não vou fazer isso com uma linha e um fio de tempo, mas obviamente vou considerar nos próximos tempos esta avaliação, porque o que eu quero é governar bem os Açores”, apontou.
Questionado sobre se admitia a necessidade de mudar os titulares de algumas pastas, Bolieiro rejeitou “personalizar”, falando antes em “afinar” o executivo depois de um ano “muito difícil”.
“Não fulanizarei nunca a política, nem nunca a dignidade e a ética do serviço e da missão pública que todos prestamos”, afirmou. A coligação PSD/CDS-PP/PPM formou governo em novembro de 2020, mas para ter maioria no Parlamento açoriano necessita do apoio parlamentar dos deputados do Chega e da Iniciativa Liberal e do deputado independente (ex-Chega) (Açoriano Oriental)
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