Socialistas
recuperam (37,2%) e voltam a valer mais que a soma dos partidos à Direita
(34,6%). O PSD (23,9%) perde três pontos, enquanto à sua Direita o Chega
aproveita os efeitos do acordo dos Açores para nova subida (7,5%), segundo
sondagem da Aximage para o JN e a TSF.
Foi um
mês de novembro marcante, com medidas duras no combate à pandemia; cisma à
Esquerda no Orçamento de Estado; e realinhamento à Direita com o acordo dos
Açores. Os efeitos destes sucessivos incidentes políticos refletem-se nos
resultados do barómetro de novembro da Aximage para o JN e a TSF: o PS recupera
(37,2%) e o BE é castigado (7,9%); o PSD está em queda (23,9%) em favor do Chega
(7,5%). Entre os restantes, o maior destaque vai para a contínua subida do PAN
(6,5%). A CDU parece inamovível (5,8%), os Liberais descem (2,2%) e o CDS
confirma a sua atual irrelevância (1%).
Começando
pelo topo, a projeção de resultado para o PS não pode ser desligada da evolução
da pandemia e das medidas tomadas para a combater. Em outubro, com os contágios
descontrolados, os socialistas já acumulavam perdas de cinco pontos
percentuais. Em novembro, nos dias seguintes ao anúncio de restrições à circulação
entre concelhos, recolher obrigatório e fecho de escolas, recuperam dois
pontos. Recorde-se que o apoio popular a estas medidas mais duras é inequívoco,
como revelaram os resultados do barómetro divulgados no sábado.
PS à
frente em todo o lado
A
projeção de 37,2% para António Costa representa mais um ponto do que nas
legislativas do ano passado. Outro dado: o PS volta a valer mais do que a soma
da Direita (34,6%). O bom momento confirma-se na análise aos diferentes
segmentos, já que os socialistas recuperam a liderança em todas as regiões,
classes sociais e escalões etários, com relevo para os que têm 65 e mais anos
(46,9%).
No outro lado do espelho está o Bloco de Esquerda. Há um mês, e no mesmo momento em que anunciava que votaria contra o Orçamento, estava a subir. Mas adivinhava-se que a fatura pudesse ser diferida (também em outubro, 68% dos eleitores do Bloco queriam o Orçamento aprovado à Esquerda). E ela chegou, com uma queda de dois pontos em novembro: os 7,9% do BE são o pior resultado registado nos barómetros da Aximage para o JN e a TSF.
Quanto
ao terceiro pilar da "geringonça", a estabilidade é a norma. A CDU
marca 5,8%, ou seja, praticamente o mesmo resultado desde julho passado (e meio
ponto abaixo das últimas eleições). Eventuais dividendos políticos por conta da
viabilização do Orçamento não são visíveis; tal como estão ausentes eventuais
castigos pela manutenção do congresso deste fim de semana.
Direita
radical a faturar
À
Direita, foi o acordo entre PSD e Chega nos Açores a marcar o ritmo. Como se
podia perceber pelos resultados do barómetro publicados no domingo, uma maioria
de portugueses afirmava que seria o partido de Direita radical a colher os
frutos da cedência social-democrata. As projeções parecem confirmar essa visão:
de outubro para novembro, Rui Rio volta a descer para os 23,9% (perde três
pontos), enquanto André Ventura aproveita a boleia que o PSD lhe deu nos Açores
para subir dois pontos e chegar a 7,5%, um recorde nestes barómetros.
Uma
referência final para o PAN. No mês passado, percebia-se que, em pezinhos de
lã, o partido animalista e ambientalista fazia um caminho ascendente. Então,
intrometia-se na luta pelo quarto lugar com CDU e Chega. Agora, sobe mais um
degrau, aproximando-se da luta pelo terceiro posto, com BE e Chega. A projeção
já prevê o dobro (6,5%) do que teve nas legislativas de 2019 (3,3%).
Costa
vence Rio na confiança
António
Costa recuperou parte das preferências perdidas nos últimos meses, no que diz
respeito ao "jogo" da confiança: são agora 50% os que dizem confiar
mais no líder socialista para o cargo de primeiro-ministro. Os mais velhos
(60%) e os socialistas (94%) são os maiores fãs.
Rui
Rio mantém uma notável estabilidade em matéria de confiança para o cargo de
primeiro-ministro. O único problema é que se trata de uma estabilidade em
baixa: 18%. É no Norte (25%) e entre eleitores sociais-democratas (57%) que
melhor sobrevive ao teste (Jornal de Notícias, texto do jornalista Rafael Barbosa)
Sem comentários:
Enviar um comentário