Sei que pode vir a causar polémica mas não escondo o que se passou envolvendo dois aviões da TAP, em viagem para o Funchal em dia de ventania forte em Santa Catarina, situações que deviam fazer-nos pensar sobretudo a prudência de acabar de vez com a demagogia de políticos que não percebem nada do assunto mas que falam de cátedra de uma matéria - a operacionalidade aeroportuária no Funchal - que é demasiado perigosa para infantilidades incompetentes.
Ontem, dia 13 de Setembro, um avião da TAP - o primeiro caso que quero partilhar - proveniente do Porto, tentou aterrar no Funchal e foi fortemente "sacudido" pelo vento em Santa Catarina, acabando por regressar ao Porto. Sei de que houve situações de pânico entre os passageiros e que alguns deles terão desistido da viagem. Não terão mesmo faltado passageiros que garantiam que nunca mais entrariam num avião com destino ao Funchal. A aventura foi de facto altamente radical mas a competência dos pilotos da TAP, uma vez mais, não foi posta em causa.
O segundo caso, no dia anterior, 12 de Setembro, que poderia ter sido mais grave, foi hábil e deliciosamente tratado com "punhos de renda" pela TAP, teve a ver com a falhada tentativa de aterragem, à segunda tentativa, de um avião proveniente de Lisboa no Funchal. Devido ao vento forte o aparelho acabou por estar em maus-lençóis, acabando por divergir e aterrar de "emergência" no Porto Santo. Uma situação estranha e pouco vulgar mas que neste caso concreto, se ficou a dever a uma situação arriscada alegadamente ocorrida: contacto entre a fuselagem (na zona de um dos reactores) do aparelho com a pista do aeroporto do Funchal. Os passageiros realçaram a competência do comandante - que manteve-os informados da situação e da opção pela "aterragem de emergência" por "razões técnicas" estranhamente não especificadas. Estranha-se que a comunicação social regional não tivesse procurado esclarecer devidamente a informação da própria TAP de que o avião "após a decisão de divergir para Porto Santo foi declarada emergência por questões técnicas" e que "foram cumpridos todos os procedimentos de segurança" algo que raramente aconteceu. Acham que isto é normal? O que se passou foi o que referi. Recordo que o avião, conforme foi noticiado, deixou o Porto Santo a 13 de Setembro, no final da tarde, sem passageiros, rumando a Lisboa com a tripulação e técnicos enviados expressamente de Lisboa para resolver o problema e apurar da situação.
Estes dois casos justificam que os políticos se preocupem com o que quiserem, mas deixem a operacionalidade do aeroporto do Funchal da mão. Uma fonte que eu contactei e que é especialista nesta matéria - eu não sou - admitiu-me que a TAP, que por norma adopta no Funchal medidas de segurança mais rigorosas que outras companhias, tem que resistir a pressões e não pode começar a sentir-se intimidada pelas referências ao facto de recorrentemente não operar em Santa Catarina em determinadas condições e que os próprios pilotos da TAP não devem por isso arriscar mais do que, por cautela, fazem (LFM)
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