O Governo Regional da
Madeira pôs em marcha um projecto científico, designado “Madeira Mar Profundo”,
para investigar a biodiversidade e a geodiversidade, até agora pouco
conhecidas, do oceano ao redor da ilha, indicou a secretária madeirense
do Ambiente. “O mar da Madeira é o
mais profundo de Portugal e nem por isso é muito bem conhecido, pelo que
estamos empenhados em conhecê-lo”, explicou Susana Prada, em conferência de
imprensa, no Funchal. O projecto “Madeira
Mar Profundo” teve início em Agosto e está a cargo de uma equipa da Fundação
Rebikoff - Niggeler, sediada nos Açores.
No total, estão
previstos 10 mergulhos com recurso a um submarino, designado “Lula 1000”, que
tem capacidade para descer até aos 2.000 metros com tripulação de três pessoas
e está equipado para a captação de vídeo e áudio de alta qualidade. “O edifício vulcânico
que forma a Madeira tem 6.000 metros de altura, desde o fundo do oceano
Atlântico até ao Pico Ruivo (1.862 metros)”, disse Susana Prada, realçando que
a parte emersa está bem estudada, o que já não acontece com a área imersa.
“Conhecemos muito mal
tudo o que se passa dos zero aos 4.000 metros de profundidade”, sublinhou. O “Madeira Mar
Profundo” é um projecto do Governo Regional, orçamentado em 170 mil euros e
cofinanciado pela União Europeia (85%). Foram já realizados
dois dos 10 mergulhos que estão previstos e que vão ocorrer em quatro áreas:
Ribeira Brava (zona oeste), Funchal, Machico (zona leste) e entre a Ponta de
São Lourenço, na extremidade leste da ilha, e as Desertas, localizadas a cerca
de 40 quilómetros.
“Acreditamos que a
biodiversidade e a geodiversidade desde o zero aos -4.000 metros seja tão ou
mais importante, mais relevante, do que aquilo que já conhecemos em terra e
tornam a ilha uma referência ao nível da Macaronésia”, afirmou Susana Prada. A governante
sublinhou ainda que o executivo pretende adjudicar, em sede do próximo
orçamento, mais trabalhos científicos à equipa da Fundação Rebikoff - Niggeler
(Diário dos Açores)
Sem comentários:
Enviar um comentário