Em 2007, em plena crise da Lei de Finanças Regionais -
do governo de Sócrates e Teixeira dos Santos e com o PS-Madeira de Jacinto
Serrão alinhados na mesma decisão de ajustar contas com a Madeira impondo
cortes superiores aos dos Açores - a abstenção foi de cerca de 40% tendo o
PSD-Madeira obtido a maior votação de sempre, em termos de votos - 90.339 -
correspondente a mais de 70% dos eleitores votantes. Lembro que estas eleições
na Madeira foram antecipadas - o que aconteceu pela primeira vez - devido à
demissão do Governo Regional em protesto pelo "dossier" LFR, processo
que também acentuou ainda as divergências entre as duas regiões autónomas e as
suas principais lideranças políticas regionais.
Foi também em 2007 que entrou em vigor pela primeira
vez a nova lei eleitoral regional que substituiu os anteriores 11 círculos
eleitorais concelhios por um círculo regional único de 47 deputados a eleger
por método de Hondt.
Em 2004 a abstenção tinha sido também da ordem dos 40%
com o PSD-Madeira a alcançar quase 74 mil votos, cerca de 65% dos eleitores.
Assinalo que entre 2004 e 2007 passamos de 5 para 7
partidos regionais concorrentes às eleições, número que aumentou para 9 em
2011, para 11 em 2015, e finalmente para 17 em 2019!
Em 2011 - repito e insisto - naquelas que foram as
eleições regionais mais difíceis de todas até este momento, não só em termos de
campanha eleitoral no terreno, mas devido também às divisões no partido
maioritário, que geraram uma desmobilização indisfarçável, sem esquecer a
pressão da crise nacional, com a chegada da troika a Lisboa e a tomada do poder
nacional por um governo passista apoiado pelo CDS. A tudo isto juntou-se no
verão desse ano a polémica sobre o buraco financeiro - há que assumir isso de
uma vez por todas - que indiciava fortes medidas de austeridade já em 2012 que
viriam a confirmar-se por via do PAEF imposto pelo antigo ministro das finanças
Gaspar, hoje um tachista funcionário do FMI, apoiado freneticamente por Passos
e Portas. Acho que foi o somatório de tudo isso que determinou que Jardim (para
consolidadas pelo desfecho das autárquicas de 2013 que evidenciou, para além de
algum desgaste eleitoral, a consequência eleitoral de algumas péssimas escolhas
de algumas candidaturas) tivesse acelerado a sua retirada da liderança do PSD-M
e da política activa, embora a forma como o processo se desenvolveu,
provavelmente não foi a que teria pensado.
As regionais de 2011 registaram cerca de 45% de
abstenções e o PSD-Madeira não foi além dos 71.556 votos que corresponderam a
apenas 48,6% e 25 mandatos em 47.
Em 2015 com todas as mudanças na estrutura dirigente e
consequentes divisões internas no PSD-M, a abstenção atingiu um valor recorde -
pela primeira vez superior a metade dos eleitores (votaram apenas 49,7% dos
eleitores) tendo os social-democratas obtido 56.569 votos - um dos mais baixos
de sempre - correspondentes a 44,4% e 24 deputados em 47! (LFM)
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