Segundo o Jornal I, "PSD e CDS pediram na tarde de hoje, na Comissão Permanente da Assembleia da República, a marcação de três sessões plenárias antecipadas. A primeira para 2 de Setembro, para a reapreciação do diploma que repõe cortes salariais na Função Pública – recorde-se que o Tribunal Constitucional chumbou os cortes a partir de 2016 até 2018 (que têm agora de ser retiradas do diploma), mas viabilizou as reduções de 3,5 a 10% nos salários superiores a 1500 euros dos funcionários públicos. Já o segundo plenário deverá decorrer a 4 de Setembro, para aprovação do Orçamento Rectificativo. A maioria quer ainda um outro plenário a 11 de Setembro, para votação na especialidade (artigo a artigo) e final global do Orçamento Rectificativo. A proposta foi aprovada com os votos da maioria, a abstenção do PS e os votos contra das restantes bancadas. O líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, justificou a marcação dos três plenários com a “repercussão directa” das medidas – quer os cortes salariais, quer o rectificativo - na “execução orçamental de 2014”. Entre os partidos da oposição, o socialista António Braga defendeu que esta “não é apenas uma questão procedimental, mas política”. “Afinal a troika não saiu. O parlamento devia estar em normalidade. O que agora aqui surge é uma urgência inusitada para continuar o caminho da troika”, criticou, acusando o governo de “fazer uma verdadeira perseguição à Administração Pública”. Mais à esquerda, o parlamentar comunista António Filipe deixou clara a oposição do seu partido contra a “obsessão quase doentia em aplicar o mais rapidamente possível cortes salariais”, afirmando que para o executivo a Assembleia da República “não é mais que uma caixa de carimbos para aquilo que o governo quer impor, quando quer impor”. Também o líder parlamentar do BE, Pedro Filipe Soares, defendeu que o “governo deve seguir as regras: não há regras específicas para o governo”. Já Heloísa Apolónia, do PEV, sustentou que “para cortar salários aos portugueses o governo tem dois olhos, para garantir serviços é de uma cegueira absoluta”. Telmo Correia, do CDS, citou as críticas do PS para defender que “a troika já não está em Portugal, mas o país vive ainda momentos de dificuldades”.