Diz
o Sol que “o grande motor da economia durante a crise, que evitou recessões
ainda mais profundas nos últimos três anos, está a desacelerar. A contribuição
das exportações para o crescimento do PIB está em queda e deverá ser quase nula
a partir do próximo ano. A grande componente de material importado nos produtos
que Portugal exporta e o maior consumo de automóveis, tecnologia e electrodomésticos
- bens maioritariamente feitos no estrangeiro - estão a fazer subir as
importações e a 'anular' o sucesso exportador de Portugal. A maior revisão em
alta feita pelo Banco de Portugal esta semana no seu Boletim Económico de
Inverno foi precisamente a das importações. Em apenas seis meses, o banco
central corrigiu uma queda de 1,7% nas compras ao exterior este ano, para um
crescimento de 2,7%. Para 2014, duplicou a previsão de subida: dos 2,1%
estimados no Verão para 3,9%. A subida das importações em 2013 é explicada
sobretudo pela entrada em funcionamento da nova refinaria de Sines da Galp, que
fez disparar as exportações de combustíveis. A unidade foi responsável por um
quarto do crescimento das vendas ao exterior este ano. Porém, a refinação de
combustíveis tem 80% de material importado, o que acabou por 'puxar' as
importações também. Mas em 2014 e 2015 é sobretudo o consumo bens duradouros -
automóveis, tecnologia ou electrodomésticos - a impulsionar as importações. Segundo
o Banco de Portugal, o rendimento real disponível dos portugueses está a
recuperar e as famílias estão mais disponíveis para consumir, em virtude do
aumento da confiança e do emprego. O banco central diz que em 2014 será mesmo o
consumo privado a componente que irá tirar o país da recessão e colocar o país
a crescer 0,8% e 1,3% em 2015. O contributo das exportações líquidas
(exportações menos importações) para o crescimento do PIB vai cair de 1,1
pontos percentuais em 2013 para 0,7 p.p. em 2014. Em 2015, será praticamente nulo
(0,4 p.p), diz o Banco de Portugal”